domingo, 22 de fevereiro de 2009

Série Presidentes do Brasil

JOÃO BELCHIOR MARQUES GOULART:
Nasceu no dia 1º de março de 1919, em São Borja, Rio Grande do Sul. Filho de Vicente Goulart e de Vicentina Marques Goulart. Jango fez o curso primário em São Borja, no colégio jesuíta da cidade. Iniciou o secundário em Uruguaiana, transferindo-se para o Colégio Anchieta, de Porto Alegre, jogou como zagueiro no time juvenil do Internacional, sendo campeão em 1932. Voltando a Uruguaiana, concluiu o secundário no Ginásio Santana com 16 anos. Com a finalidade de aumentar sua idade e, assim, permitir que ingressasse na faculdade teve a adulteração do ano de seu nascimento. Não demonstrou grande interesse pelo curso, da mesma forma que não participava de atividades políticas, apesar da efervescência que à época existia, com radicais antagonismos entre a esquerda e a direita vindo à tona em diferentes episódios, em particular a Intentona Comunista, que procurou derrubar Getúlio Vargas do poder em 1935. Formado bacharel em Direito, nunca exerceu a advocacia, preferindo trabalhar no que mais gostava e conhecia: o negócio de gado. Como gostava de negociar o gado da família, conseguiu juntar o suficiente para comprar duas ou três fazendas, tornando-se proprietário sem esperar pela herança de seu pai. Por isso voltou para São Borja depois de terminar o curso de Direito. Em 1939, seu pai, já sofrendo de câncer, começou a afastar-se dos negócios. Jango foi tomando o lugar do pai e recuperando a fortuna da família Goulart, que enfrentava algumas dificuldades. Quando seu pai morreu, em 1943, além de herdar 14 mil hectares de terra e 30 mil cabeças de gado, ficou responsável por todos os negócios da família. Dois anos depois, em 1945, começou a se interessar pela vida pública. Fruto da proximidade de Jango com Getúlio Vargas, nas eleições de 02 de dezembro de 1945 acabou engajando-se na campanha. Após o pleito, Jango foi sendo gradativamente encaminhado por Getúlio Vargas para a política. Ao experiente Getúlio, não passara despercebido a enorme popularidade de João Goulart na região, sua capacidade de liderança e sua facilidade de lidar com os setores mais pobres da população. Além disso, Jango falava sempre em distribuição de terras e diminuição das diferenças sociais. Casou-se com Maria Thereza Fontelle Goulart e tiveram dois filhos: João Vicente e Denise. (Teve também, fora do casamento, Noé Goulart). Em 1946, por insistência de Vargas filiou-se ao PTB no diretório do partido em Porto Alegre. Nessa época, compreendendo a importância dos meios de comunicação, adquiriu com Manoel Vargas o “Jornal Uruguai”, editado em São Borja. Ainda no mesmo ano, foi lançado candidato a deputado estadual pelo PTB, sendo eleito. Em 1950, assumiu a presidência do diretório e da comissão executiva do partido no Estado. No mesmo ano, foi um dos articuladores da candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República. Assumiu em 1951 a Secretaria do Interior e Justiça do Rio Grande do Sul, na qual deu prioridade à reforma do sistema penitenciário. Ainda em 1952, passou a ser presidente nacional do PTB. Em 1953, assumiu o Ministério do Trabalho. Tão logo assumiu, Jango procurou estabelecer um canal de comunicação entre o governo e os grevistas. Em seu terceiro dia como ministro, iniciaram-se negociações, com uma reunião entre o comando de greve e uma comissão de técnicos para discutir a proposta dos trabalhadores. Durante sua gestão, Goulart esforçou-se por manter sob controle tanto as reivindicações trabalhistas quanto o movimento sindical. Foi nesse clima que Jango preparou um projeto para a elevação do salário-mínimo. O seu ministério regulamentou os empréstimos do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB) às cooperativas e segurados; instituiu a semana de prevenção de acidentes do trabalho; participou da elaboração da lei que alterava os limites máximos dos imóveis financiados aos associados dos institutos e caixas de aposentadorias e pensões; regulamentou a situação dos representantes dos empregados no conselho fiscal do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI); e ainda autorizou a Previdência Social a colaborar (com financiamento e assistência técnica) com entidades similares estaduais e municipais. Atendendo à indicação feita por Goulart (apontado como “um anfatigável amigo e defensor do trabalhador brasileiro”), o governo determinou o aumento do salário-mínimo de Cr$ 1.200 para Cr$ 2.400, valor que correspondia na época ao salário de um segundo-tenente do Exército. Desde o início de sua gestão Jango sofrera violenta oposição e ataques, e depois da fixação do novo salário foi pior ainda. Os militares elaboraram um memorial, assinado por 42 coronéis e quarenta tenentes-coronéis contra a medida. Por pressão do Ministro da Guerra, Jango foi demitido, mas, antes de sua saída, ainda encaminhou ao presidente os estudos para várias medidas que acreditava deveriam ser tomadas: revisão dos níveis de salário-mínimo, congelamento dos preços, extensão das leis sociais aos trabalhadores do campo e fiscalização pelos próprios operários do cumprimento da legislação trabalhista. Juscelino Kubitschek conseguiu a indicação para ser o candidato pessedista e formalizou acordo com o PTB, que indicou o nome de João Goulart para vice-presidente na chapa, apoiada por vários partidos. Apesar de tenso clima político, as eleições transcorreram normalmente em 03 de outubro de 1955. Abertas as urnas, Juscelino foi eleito presidente. Na disputa para vice-presidente, João Goulart obteve quase 3.591.409 votos, sendo eleito. Tão logo os números do pleito ficaram conhecidos, a UDN e seus aliados começaram um movimento para anular as eleições na Justiça, alegando que os vencedores não haviam obtido maioria absoluta, e que seriam ilegais os votos dados pelos comunistas aos eleitos. A longa crise só foi resolvida após o movimento militar de 11 de novembro, que culminou com os impedimentos dos substitutos de Getúlio, o vice-presidente Café Filho e o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, e a posse do vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, na Presidência da República. De acordo com a norma constitucional, como vice-presidente da República, Jango exerceu cumulativa, entre a Presidência do Senado Federal de 1956 a 1961. Durante seu mandato, chefiou as delegações brasileiras às Conferências Internacionais do Trabalho (1958 e 1960), ambas realizadas em Genebra. Aproximando-se o fim do governo do presidente Kubitschek, iniciaram-se as gestões para a sucessão presidencial. João Goulart foi reeleito vice-presidente, tomando posse em 31 de janeiro de 1961, com uma diferença: a cerimônia aconteceu pela primeira vez em Brasília, a capital do país inaugurada havia menos de um ano. O Presidente Jânio Quadros adotou medidas que desagradaram à esquerda, o que provocou uma pressão muito grande no seu governo para que renunciasse. No dia 25 de agosto, após regressar da cerimônia em comemoração ao Dia do Soldado, Jânio Quadros enviou uma carta ao Congresso na qual renunciou à Presidência da República. Seu substituto constitucional era Jango, que estava em Hong Kong, iniciando sua volta ao país. O paulista Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, foi empossado interinamente no cargo. Apesar de bem-sucedido na carreira política e da incrível capacidade de conseguir votos, João Goulart assumiu a chefia da nação no momento em que Jânio renunciou. Jango não teve pressa para voltar, pois sabia que haveria resistência para lhe ser entregue o poder. Por isso, saindo de Hong Kong, passando por Cingapura, Paris, Madri, outra vez Paris, Nova Iorque, Lima, Buenos Aires, Montevidéu e finalmente Porto Alegre, antes de chegar a Brasília. Os Ministros Militares preparavam um golpe de estado. Mazzilli comunicaria que não concordava com o golpe de estado. Na frente externa, apresentava-se também uma divergência. Nos Estados Unidos, enquanto o Pentágono e a Agência Central de Inteligência (CIA) estimulavam os ministros militares a desferir o golpe, o Departamento de Estado informava que o presidente Kennedy suspenderia a ajuda financeira ao Brasil se houvesse quebra da ordem constitucional. Os poderes presidenciais tinham se tornado bastante limitados quando Jango assumiu. De acordo com a emenda parlamentarista, o Executivo passava a ser exercido pelo presidente do Conselho de Ministros e não mais pelo Presidente da República. As leis por ele assinadas precisavam ser endossadas pelo primeiro-ministro; os vetos presidenciais poderiam ser anulados por dois terços de ambas as casas do Congresso; o presidente poderia ser impugnado nos casos previstos em lei; ele poderia dissolver o Congresso nas situações previstas, mas teria de convocar eleições para a Câmara e o Senado em noventa dias. A emenda transformava o presidente em chefe de Estado e o primeiro-ministro em chefe de governo. Goulart indicou Tancredo Neves para presidir o governo. O governo tomou algumas medidas de caráter nacionalista. Entre outras, revogou a autorização para a companhia de mineração Hanna Corporation de exploração de minério em Minas Gerais. Manteve a política externa independente de Jânio Quadros, recusando-se a acompanhar a proposta dos Estados Unidos de sanções contra o governo revolucionário cubano e a expansão de Cuba da Organização dos Estados Americanos. Da mesma forma, buscou reatar relações diplomáticas com a União Soviética. Em 1º de maio de 1962, Jango apresentou uma proposta de reforma agrária mais profunda do que a do ministro da Agricultura, e voltou a ser atacado pelos que se opunham às reformas. As eleições legislativas de outubro de 1962 se aproximavam. Com o pretexto de que se desincompatibilizavam de seus cargos para concorrer a cargos eletivos, como previsto na legislação, todos os ministros se demitiram em junho daquele ano. A renúncia coletiva implicava a formação de um novo gabinete. Na escolha dos novos representantes dos ministérios, houve forte reação das lideranças sindicais, que exigiam um Conselho de Ministros nacionalistas e democráticos. O Comando Geral da Greve (CGG) marcou uma greve geral por 24 horas para 05 de julho. O movimento teve grande alcance e terminou com Goulart assinando a lei que instituiu o 13º salário, antiga reivindicação dos trabalhadores. Em 06 de janeiro de 1963, realizou-se a consulta à população em um plebiscito. Saiu vencedor o Presidencialismo. Para enfrentar a questão econômica, foi elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico. O plano buscava atacar, ao mesmo tempo, o crescimento da inflação (37% em 1961 e 51% em 1962) e a diminuição do crescimento econômico (7,3% em 1961 e 5,4% em 1962). Propunha o refinanciamento da dívida externa e a captação de novos recursos externos para estancar a saída de divisas, e ao mesmo tempo, a redução dos investimentos públicos devido ao déficit existente. As reformas defendidas por Jango seriam, no seu entender, as que propiciariam o desenvolvimento superior do capitalismo brasileiro, com sustentação própria. Foram também o grande ponto de conflito entre seu governo e os grupos mais conservadores no Brasil. A situação no Congresso, por sua vez, também não era tranqüila. Por outro lado, setores do próprio PTB, tendo à frente Brizola, cunhado do presidente, criticavam a postura de Jango, que consideravam fraca na área das reformas sociais e muito condescendente com o que denominavam “imperialismo”. E a situação piorou quando ele se aproximou do PSD em busca de apoio para a reforma agrária. Já em meados de 1963, a conspiração militar contra Goulart se tornava evidente. No dia 04 de outubro de 1963, o governo enviou ao Congresso o pedido de decretação do estado de sítio por trinta dias. Como justificativa, argumentou que vários e graves problemas estavam ocorrendo simultaneamente, como a quebra de disciplina nas polícias militares, o movimento de cabos e sargentos, o aumento das reivindicações salariais e até uma “conspiração de governadores”. Praticamente todos os grupos políticos se opuseram ao pedido de Goulart. No dia 24 de janeiro, regulamentou a Lei da Remessa de Lucros, que havia sido aprovada em setembro de 1962. Em 13 de março, no Rio de Janeiro, realizou-se o primeiro grande comício em frente à Central do Brasil. Cerca de 150 mil pessoas se reuniram para ouvir o presidente, que estava acompanhado por Leonel Brizola, embora se dissesse que estavam politicamente rompidos. A demissão do ministro da Marinha seria o sinal para a deposição do presidente. Marcou-se o movimento das tropas para o dia 02 de abril, quando haveria grande manifestação oposicionista na Guanabara. Antecipando-se ao combinado, na madrugada de 31 de março, o general Mourão Filho, comandante da IV Região Militar, de Minas Gerais, movimentou seus comandados em direção ao Rio de Janeiro. Aguardava-se o posicionamento do comandante do II Exército, general Amaury Kruel. O general Kruel era compadre de Jango. Antes de decidir-se, teria telefonado para Goulart, conclamando-o a abrir mão de suas bases. Exigiu que o presidente extinguisse as entidades consideradas subversivas. Encabeçavam a lista a Central Geral dos Trabalhadores (CGT), a União Nacional dos Estudantes (UNE). Só assim seria possível garantir a continuidade de seu mandato. Jango se recusou. Kruel movimentou suas tropas em apoio ao golpe. Ainda o general Kruel solicitara que Jango fechasse o Congresso e prendesse Brizola e Arraes, pois, só assim ficaria na presidência, sustentado pelos militares. Jango afirmou que os conspiradores teriam de “assumir a responsabilidade histórica”, se quisessem prender pessoas que tinham sido eleitas, fechar o Congresso e derrubar o Presidente da República. Nesse meio tempo, Goulart deixou o Rio de Janeiro em direção a Brasília, de onde seguiu para Porto Alegre, sem ter dado ordens para que houvesse resistência. Já em Porto Alegre, o presidente não fez nenhuma menção de resistir, insistindo em dissuadir seus partidários da luta, que julgava inútil. No dia 02 de abril, estando ainda o presidente constitucional no país, o Congresso declarou vaga a Presidência e empossou Ranieri Mazzili como Presidente da República. No dia 09 de abril, o Comando Supremo da Revolução promulgou o Ato Institucional nº 1; no dia 15, o general Humberto de Alencar Castello Branco foi eleito pelo Congresso e tomou posse na Presidência da República. Logo após ser deposto, João Goulart exilou-se no Uruguai. Assim que assumiram o poder, os militares confiscaram as propriedades de Jango, que ficou um ano sem poder dispor de seus bens. Foram abertos vários inquéritos, com objetivos de mostrar origem de patrimônio ilícito, sem nada ser encontrado de errado. Apenas uma lata de tinta que teria sido usada para pintar sua casa, da qual não fora encontrado a nota fiscal, serviu de base para mantê-lo exilado. Ainda em 1964, Jango teve sua primeira crise cardíaca, o que se transformou em problema pelo resto de sua vida. Jango dedicou-se a administrar suas propriedades no Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil, mas estava proibido de retornar ao país. O ex-presidente deposto adquiriu um hotel de porte médio em Montevidéu, no qual dava emprego a todos os exilados brasileiros que o procuravam. Em 1968, sofreu novo ataque cardíaco. Em 1973, já perseguido pela ditadura uruguaia, foi convidado a morar em Buenos Aires. João Belchior Marques Goulart, o Jango, faleceu em 06 de dezembro de 1976, em Mercedes, na Argentina. Foi o único presidente do Brasil a morrer no exílio, uma vez que foi impedido de voltar pelo regime militar que se implantou a partir do movimento que o depôs. Os militares não queriam que o corpo de Jango fosse trazido por terra para ser sepultado no Brasil. Mandaram fechar a ponte de Uruguaiana. O coronel que autorizou a passagem foi demitido no mesmo dia. Não foi permitido que seu caixão fosse aberto. Foi parte de seu discurso: “Senhor Presidente Ranieri Mazzilli: Ao receber de Vossa Excelência o cargo de Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, num dos instantes mais graves da sua história política, tenho perfeita consciência dos pesados encargos que me aguardam. Não me faltam, porém, a coragem e a fé nos destinos do Brasil. [...] Vemos apenas um privilégio para o exercício dos cargos públicos: é o privilégio do mérito pessoal, da cultura e do trabalho a serviço da coletividade. [...] invoco a proteção de Deus e peço ao povo brasileiro que não nos falte com a sua solidariedade nas árduas tarefas do novo Governo e para a realização dos destinos gloriosos da nossa pátria”.


João Goulart

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Uma simples “Maquiagem”

Muita gente já deve ter reparado em um monumento de pedra colocado na Avenida 15 de Novembro, muitos já devem ter se perguntado, o que ele representa em nossa história, quando ele foi colocado ali, e quem o colocou naquele local?
O Obelisco é o marco da modernidade de Campos dos Goytacazes. Ele foi inaugurado em 1911, e apoiado pelo Governador do Rio de Janeiro, Dr. Nilo Peçanha.
Campos era uma cidade “atrasada” em termos de modernidade, foi preciso uma união entre o governo do Estado, a Prefeitura de Campos e os usineiros (através do imposto do açúcar, onde uma parte da produção do açúcar fosse revertida a essa melhoria).
Podemos citar obras desse período: a reforma do Cemitério Público (Cemitério do Caju), a reforma da Praça S. Salvador, o alargamento e calçamento de ruas, criação de redes de esgotos (seguindo o projeto de Saneamento Básico de Saturnino de Brito), a criação da escola ao ar livre, (em estilo grego), Wenceslau Braz. Para marcar a remodelação de Campos, foi colocado o Obelisco, que é o ‘marco da modernidade’. O monumento de 16 metros de altura tem os seguintes dizeres, em letras de bronze: “OBELISCO – 11/11/1911 – Usineiros contribuem para o saneamento e melhoramento da cidade. 05/11/1916 – Inauguração dessas obras, destacando-se o Canal Campos-Macaé. 2ª Presidência de Nilo Peçanha. Secretário-Geral José Matoso Maia Forte. Obra executada pelo Governo do Estado, através da Comissão de Saneamento, chefiada pelo dr. Jorge Lossio. Campos transforma a sua cidade com os lucros da exportação do solo”.
Recentemente o Obelisco passou por uma “reforma” ou poderíamos chamar de remendo, pois nada foi feito em sua estrutura, apenas uma massa de cimento ali foi colocada para tapar os buracos que nele havia. Repara-se que as letras de bronze de três lados do Obelisco, foram retiradas. Esperamos que sejam recolocadas. Penso que um monumento com tamanha importância, merecia mais do que uma simples “maquiagem”.


Antes da "Reforma"

Depois da "Reforma"

Texto: Leandro Cordeiro.

Fotos: Acervo do Instituto Historiar, Wellington Cordeiro (colaborador) e Leandro Cordeiro.
Fazem parte do Instituto Historiar: Hélvio Cordeiro, Leandro Cordeiro e Enockes Cavalar.



domingo, 15 de fevereiro de 2009

Série Presidentes do Brasil

PASCHOAL RANIERI MAZZILLI:
De 25 de agosto de 1961 a 07 de setembro de 1961
Nasceu no dia 27 de abril de 1910, em Caconde, Estado de São Paulo. Filho de Domingo Mazzilli Sobrinho e de Ângela Liuzzi Mazzilli. Filho de imigrantes italianos, Mazzilli iniciou seus estudos no Grupo Escolar de Caconde, onde terminou o primário. No secundário, foi aluno do Ginásio do Estado, já na capital paulista, mas o concluiu no Colégio Brasil, na cidade de Ouro Fino, no Estado de Minas Gerais. Cursou a Faculdade de Direito de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, tendo se formado em Ciências Jurídicas e posteriormente se especializado em Finanças Públicas, Direito Financeiro e Administração Fazendária. Além disso, foi diplomado no Curso Superior de Guerra. Aos 22 anos, Mazzilli foi nomeado Coletor Federal na cidade de Taubaté, Estado de São Paulo. Permaneceu pouco tempo no cargo, uma vez que em 09 de julho do mesmo ano eclodiu a “Revolução de 1932”, o movimento de oposição ao Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas, no poder desde a “Revolução de 30”. Embora o maior movimento fosse a convocação imediata de uma Assembléia Constituinte, suas razões mais profundas estavam também na crise da economia cafeeira e principalmente no afastamento dos políticos de São Paulo do centro do poder nacional. Mazzilli alistou-se do lado dos paulistas. Integrou o Batalhão Sete de Setembro como primeiro-tenente, tendo logo sido promovido a capitão. Participou da batalha chamada “Frente do Túnel”, realizada na divisa dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, coincidentemente a mesma na qual se envolveu outro futuro presidente, Juscelino Kubitschek. Casou-se em 1933, com Sylvia Pitaguary Serra e tiveram três filhos: Maria Lúcia, Luiz Guilherme e Luiz Henrique. Neste mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, onde fundou o “Boletim Fiscal”, revista especializada em temas fiscais e tributários, de âmbito nacional, da qual foi diretor administrativo, além de nela trabalhar como articulista. Em 1935, com a anistia concedida pelo governo federal aos participantes do movimento paulista de 1932, retornou ao serviço público, sendo lotado na primeira Coletoria Federal da cidade de Sorocaba, no Estado de São Paulo, onde permaneceu por quatro anos, tendo atuado nessa função também na cidade de Jundiaí, no mesmo Estado. Além desse trabalho, passou a lecionar Economia na Escola de Comércio de Sorocaba. Tais atividades o projetaram como conhecedor do assunto, sendo convidado então para trabalhar em 1939 (já com o país sob regime do Estado Novo) na Recebedoria de Rendas do Distrito Federal. No Rio de Janeiro, então capital da República, foi encarregado de estudar e implantar novos métodos de trabalho na repartição. Nesse período, aproveitou para terminar o curso de Direito, que concluiu na Faculdade de Direito de Niterói. Também foi representante do Ministério da Fazenda no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), junto à Comissão de Estudos de Reorganização do Aparelho Arrecadador da União. Depois, foi nomeado chefe da Recebedoria do Distrito Federal. Em 1943, assumiu lugar destacado na Comissão de Exame de Propostas para Exploração da Loteria Federal. Em seguida, foi nomeado diretor da Casa da Moeda. Em 1945, foi nomeado diretor da Receita Federal. Foi convidado para ser o Secretário de Finanças do Rio de Janeiro, acumulando também a função da Secretaria de Educação. Desempenhou as funções na Secretaria de Finanças até passar a diretor da Caixa Econômica Federal. Assumiu a diretoria do Banco da Prefeitura, que mais tarde se tornaria no Banco do Estado da Guanabara. Foi também membro do Conselho Nacional de Petróleo e do Conselho da Caixa de Mobilização Bancária. Filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), do qual foi membro até a dissolução da entidade, e dos demais partidos políticos, por força do Ato Institucional baixado pelo presidente Castello Branco, em 1965. Em 1949, em sua primeira participação eleitoral, elegeu-se deputado federal pelo Estado de São Paulo. Como parlamentar, foi autor da legislação que reorganizou a Bolsa de Valores, e da isenção de impostos para a importação de obras de arte. Atuou de forma contundente na tramitação do projeto que criou a Petrobras (Lei nº 2.024). Em março de 1958, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, tornando-se, assim, o segundo na linha de sucessão do presidente da República. Reeleito sucessivas vezes, presidiu a Câmara até dezembro de 1964. Em 1962, tornou-se também presidente da União Interparlamentar Mundial, cargo que ocupou até 1966. A primeira vez que ocupou a Presidência da República foi, interinamente, em 04 de agosto de 1960, em razão da viagem de Juscelino Kubitschek a Lisboa e estando o então vice-presidente João Goulart, o “Jango”, impedido de assumir, por ser candidato à reeleição. Nas duas vezes seguintes, seria pelo afastamento permanente do primeiro mandatário que ele teria acesso ao cargo. Nunca concorreu ao cargo presidencial, tendo assumido a Presidência da República de 25 de agosto a 07 de setembro de 1961, por ser o presidente da Câmara dos Deputados, pelo impedimento do vice-presidente, e da renúncia do presidente Jânio Quadros. O país ainda estava estarrecido com o gesto de Jânio e outra crise se aproximava: os ministros militares já conspiravam para impedir a posse do vice-presidente, João Goulart, que se encontrava ainda no estrangeiro. A situação se agravou. No Rio de Janeiro, um grupo formado por estudantes e operários apedrejou a embaixada norte-americana. O governo decretou feriado bancário para evitar uma onda de saques em face da crise política. Nas ruas da capital, a polícia tentava reprimir violentamente uma passeata organizada pelos partidários da posse do vice-presidente. No dia 26 de agosto, no Rio Grande do Sul, o governador do Estado e cunhado de Goulart, Leonel Brizola, requisitava transmissores da Rádio Guaíba para lançar um manifesto ao país, ao que se chamou de “Campanha da Legalidade”, isto é, a defesa do cumprimento da Constituição e a posse de Goulart. Enquanto o país parecia incendiar-se, João Goulart retardava sua chegada, aguardando o desdobramento da crise. A partir de Porto Alegre, a “Rede da Legalidade” (formada por emissoras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e sob a liderança de Brizola) transmitia para o país comunicados em defesa da posse do vice-presidente. O comandante do III Exército, general Machado Lopes, que havia aderido aos “legalistas”, informou ao Ministro da Guerra que, a partir daquele momento, só receberia ordens de Goulart. No dia 30 de agosto, enquanto os ministros militares reforçavam seu veto a Jango, o vice-presidente recebia apoio e solidariedade dos governadores do Pará, de Santa Catarina e de Goiás, que conclamavam a população a garantir a legalidade. No mesmo dia, o Congresso rejeitou o impedimento de Jango. O movimento da legalidade foi se firmando com o apoio dos governadores, do marechal Lott e até de membros da União Democrática Nacional (UDN), como o deputado Adauto Lúcio Cardoso, que tentou caracterizar a ação dos ministros militares como crime de responsabilidade por violação à Constituição Federal. Em meio à forte crise política que se vivenciava, foram iniciadas no Congresso as negociações para superar o impasse. Ranieri Mazzilli lançou uma mensagem à nação em que se recusava assumir a Presidência em definitivo, caso o Congresso concordasse com os militares: “Acabo de assinar mensagem comunicando ao Congresso Nacional que, no exame da atual situação política criada pela renúncia do Presidente Jânio da Silva Quadros, os ministros militares, na qualidade de chefes das Forças Armadas, responsáveis pela segurança interna, me manifestaram a absoluta inconveniência, por motivos de segurança nacional, do regresso ao País do Vice-Presidente João Belchior Marques Goulart. Desejo informar à Nação que, se as duas Casas do Congresso houverem por bem reconhecer os motivos invocados na mensagem, me considero incompatibilizado para candidatar-me, em substituição ao Sr. Jânio Quadros, ao exercício efetivo da Presidência da República. Estou certo de que a Nação há de reconhecer que a atual conjuntura exigirá de mim o mais nobre e alto desinteresse pelas investiduras pessoais, ao lado do sagrado dever de defender as instituições democráticas. Neste instante, renovo a minha fé nas vigorosas virtudes cívicas do nosso povo, que, coerente com a sua gloriosa História, saberá, mais uma vez, manter suas tradições de devotamento à ordem e ao regime. – Brasília, 28 de agosto de 1961 – Ass. Ranieri Mazzilli”. A partir de uma emenda constitucional apresentada pelo deputado Raul Pilla, que visava a instalar uma República Parlamentarista, foi que os congressistas trabalharam na superação do momento crítico pela qual o país passava. Muitas conversações ocorreram, inclusive com Goulart, que deixava Nova Iorque com destino a Montevidéu. Finalmente, o Congresso reuniu-se no dia 02 de setembro para apreciar e aprovar a Emenda Constitucional nº 04 à Carta de 1946. Por 263 votos contra 55 dos deputados e por 48 votos contra seis dos senadores, foi aprovada em regime de urgência urgentíssima a instalação do parlamentarismo no país. Era uma solução de compromisso. A própria emenda previa para 1965 (portanto, após o término do mandato de Goulart) a realização de um plebiscito no qual a população decidiria se o regime parlamentar seria mantido ou se o país voltaria ao presidencialismo. No dia 07 de setembro, o Presidente João Goulart tomou posse, e Ranieri Mazzilli voltou a presidir a Câmara dos Deputados. Paschoal Ranieri Mazzilli,
faleceu, aos 64 anos de idade, no dia 21 de abril de 1975, na cidade de São Paulo (SP).


Ranieri Mazzilli

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Notícias do passado

Em 29/05/1906, a coluna Pela Rama, do jornalista Max - Átila de Alvarenga - que na época era proprietário do jornal Monitor Campista, publicou:

Pela Rama
Até quando o Rio Paraíba continuará a pirraçar com os moradores ribeirinhos, é o que não se pode dizer. As subidas e descidas de suas águas estão oscilando mais que a taxa do cambio há alguns anos atrás. A enchente transborda, alagando tudo, e começa a descer preguiçosamente, para subir no dia seguinte, trazendo prejuízo para as lavouras ribeirinhas. Ninguém sabe quando ele voltará ao seu antigo leito, é caso de lhe fazer uma grande manifestação, sem copo d’água, porque de água estamos cheios.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Série Presidentes do Brasil

JÂNIO DA SILVA QUADROS:
Nasceu dia 25 de janeiro de 1917, em Campo Grande, Mato Grosso, hoje capital de Mato Grosso do Sul. Filho de Gabriel Quadros e de Leonor da Silva Quadros. A migração da família, em 1924, teve uma parada na cidade de Lorena, Estado de São Paulo, onde Jânio estudou no Colégio Salesiano. Depois, em Curitiba, fez os primeiros estudos no Grupo Escolar Conselheiro Zacarias e parte do curso ginasial, iniciado em 1928, no Instituto Santa Maria. A partir de 1931, estudou no internato do Colégio Arquidiocesano em São Paulo. Essa última transferência custou um ano letivo a Jânio Quadros. Em 1934, concluiu o curso preparatório para a Faculdade de Direito de São Paulo, na qual ingressou em 1935, aos 18 anos. A partir de 1938, Jânio passou a dividir sua agenda entre os estudos universitários, o ensino de Português nos ginásios Dante Alighieri e Vera Cruz e os primeiros passos na política. Elegeu-se primeiro-secretário do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, pelo Partido Acadêmico Conservador, além de publicar versos em vários jornais universitários. Casou-se, em 1939, com Eloá Valle e tiveram uma filha: Dirce Quadros. Em 1940, recebeu o grau de bacharel em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de São Paulo e começou a carreira de advogado criminalista, à qual se dedicou por sete anos. Mesmo depois de formar-se advogado, Jânio Quadros continuou a dar aulas de Português e Geografia em vários colégios de São Paulo, como fazia desde os tempos de universitário. Em 1947, os alunos de Jânio foram seus próprios “cabos eleitorais” quando se candidatou a uma cadeira na Câmara de Vereadores de São Paulo pelo Partido Democrata Cristão (PDC). Recebeu 1.707 votos e entrou para a política como um dos cinco menos votados dos 45 vereadores que São Paulo elegeu naquele ano. Eleito por um triz, Jânio entregou-se de corpo e alma ao trabalho de vereador. Logo no primeiro mandato, em 1948, apresentou nada menos do que 258 proposições; no segundo, mais do que dobrou esse número, apresentando 635; no terceiro, ainda superou a marca, chegando a 950 proposições; e, em 1951, já eleito deputado estadual, quando só lhe restavam quinze sessões na Câmara Municipal, apresentou 164 proposições. Total: 2.007 proposições em pouco mais de três anos de mandato. Foi por iniciativa do vereador Jânio Quadros que se regulamentou a profissão de engraxate em São Paulo, que se criou o Coral Municipal, que se proibiu a colagem de cartazes em logradouros públicos, que se tornou obrigatória a instalação de banquinhos para ascensoristas e o uso de luvas pelos funcionários da limpeza pública. Mas o trabalho de político não se restringia às sessões legislativas. Jânio era um dos vereadores mais presentes em manifestações públicas, na assinatura de manifestos, nas visitas a bairros. Ao fim de três anos intensos no Legislativo municipal de São Paulo, Jânio tornara-se um político em torno do qual se polarizavam opiniões e que, amado ou odiado, não havia mais como ignorar. Com requisitos para tentar vôos mais altos (em conseqüência de um trabalho competente realizado), conseguiu ser deputado estadual mais votado em 1950. Candidatou-se a prefeito de São Paulo, obtendo a eleição com 284.922 votos, passando a ser prefeito da maior cidade do país. O novo prefeito adotou, logo de início, uma série de medidas antipáticas, como a demissão de milhares de funcionários públicos e a punição, sem pestanejar, do atleta Adhemar Ferreira da Silva, então glorificado pela medalha olímpica que conquistara no salto triplo, por ter-se afastado sem autorização, do emprego municipal que tinha. Por outro lado, transformou em festa inesquecível os festejos do IV Centenário de São Paulo e implantou na cidade um memorial da data: o Parque do Ibirapuera. Acolhido pelo PSB e apoiado pelo PTN e por uma parcela do PTB, Jânio voltou a se lançar candidato. Agora a governador de São Paulo. Foi nessa campanha que se criou o símbolo da vassoura, (seus correligionários distribuíram 2 milhões delas para que as ostentassem na lapela os que concordavam com sua proposta de limpeza moral representada pela vassoura). Jânio foi eleito governador com 660.264 votos. Na sua primeira entrevista como governador, Jânio avisava: encontrando-se as finanças estaduais ‘em ruínas’, teria de adotar medidas que lembram tempos de guerra. A primeira delas foi a demissão de 11 mil servidores públicos. Em seguida, ainda em 1955, seu nome começou a ser especulado para a Presidência da República. A candidatura de Jânio Quadros foi lançada em 1959 para as eleições de 1960. Atuando como deputado federal, Jânio procurava manter-se ausente dos debates parlamentares e, logo depois de eleito, empreendeu uma longa viagem que alcançou Japão, Índia, Irã, Turquia, Itália, Iugoslávia, França, Inglaterra e Portugal. Pretendia evitar o desgaste das polêmicas parlamentares e manter acesa a esperança popular de que iria “fazer pelo Brasil o que fez por São Paulo”. Não deixava de se manter informado sobre as manobras e articulações dos outros candidatos. Jânio Quadros elegeu-se no dia 03 de outubro de 1960 com 48% dos votos (porcentagem nunca antes registrada por um candidato à Presidência). O candidato a vice-presidente, porém, não foi o da chapa de Jânio, e sim o da chapa de Lott, João Goulart, do PTB, que já havia sido vice-presidente de Juscelino Kubitschek, e concentrava as antipatias gerais dos militares. Coube a Jânio Quadros começar a pagar a conta deixada pelo seu antecessor, Juscelino. Inflação, déficit público e dívida externa. Em sua posse, em entrevista no programa “Voz do Brasil”, Jânio exclamava: ‘É terrível a situação financeira do Brasil’. Pontuou que o país tinha a obrigação de saldar, só nos seus cinco anos de mandato, 2 bilhões de dólares em dívidas externas; que o déficit orçamentário durante os ‘anos JK’ havia crescido de 28,8 bilhões de cruzeiros para 193,6 bilhões de cruzeiros; e concluiu apontando para o que considerava a crise moral em que o país se afundara: “Vejo, por toda a parte, escândalos de toda natureza. Vejo o favoritismo, o compadrio sugando a seiva da Nação e obstando o caminho aos mais capazes”. Para enfrentar os desequilíbrios orçamentários que herdara de JK, Jânio repetiu na administração federal o que já tinha feito nas suas experiências executivas municipal e estadual: demitiu funcionários públicos. Paralelamente, desvalorizou em 100% a moeda nacional em relação ao dólar, como forma de aumentar as exportações e, com isso, conseguir divisas para honrar a dívida externa. O aumento do preço dos produtos importados, decorrente da desvalorização cambial, gerou protestos que se somaram à insatisfação dos funcionários públicos demitidos. Em 1961, os Estados Unidos planejaram a derrubada de Fidel Castro, o então presidente norte-americano, John Kennedy, enviou diplomata como emissário especial para sondar o presidente brasileiro a respeito da possibilidade de envio de uma força expedicionária do Brasil a Cuba. Jânio Quadros começou por responder que essa decisão, se a tomasse, dependeria da aprovação do Congresso e, de resto, não deixou margem a dúvidas: Se tivesse a licença do Congresso, o que não acontece, não o faria, porque achava que Cuba tem o direito à sua experiência humana, à sua vivência. ‘Ela que sofra e padeça os seus pecados’. O interlocutor de Jânio nas negociações que acabaram por salvar a vida dos padres espanhóis que estavam presos em Cuba e condenados à morte, fora o ministro da Indústria e Comércio cubano, Ernesto Guevara (ícone máximo do comunismo latino-americano, conhecido como “Che”). Uma das versões de rompimento do governador do então Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, com Jânio Quadros se deu por motivos mais prosaicos: no dia 18 de agosto (véspera da condecoração de “Che”), Lacerda teria procurado o presidente em busca de dinheiro para o jornal “Tribuna da Imprensa”, ouvindo de Jânio que, sendo o ministro da Fazenda Clemente Mariano, sogro do filho de Lacerda, este não teria o que temer. Antes que Lacerda saísse do Palácio da Alvorada, Jânio instruíra o ministro da Justiça, a hospedar o governador naquela noite em Brasília. Depois de visitar o ministro, Lacerda resolveu, porém, voltar ao Palácio da Alvorada. O ministro pensou que a intenção de Lacerda era apanhar suas malas e voltar para o Rio de Janeiro. Telefonou então para o palácio e solicitou que as malas do governador fossem deixadas à porta da residência presidencial. Chegando lá e deparando com as próprias malas, Lacerda sentiu-se vítima de descortesia, posto que contava com a hospedagem do presidente da República. Lacerda rompeu com Jânio e, no dia 24 de agosto, denunciou pela televisão que o ministro Pedroso Horta o procurara em nome do presidente em busca de apoio para o que Lacerda chamou de ‘golpe de gabinete’, cujo objetivo final seria o fortalecimento dos poderes de Jânio na Presidência. Mal soube da denúncia de Lacerda, já no dia 25 (não havia televisão em Brasília em 1961), Jânio decidiu-se imediatamente pela renúncia, como atesta o depoimento do então secretário do presidente, José Aparecido de Oliveira. Não era a primeira renúncia de Jânio Quadros. Quando governador de São Paulo renunciou ao mandato com a seguinte expressão: “Vou renunciar, pois não governo com uma assembléia de vagabundos”. Num documento intitulado “Razões da Renúncia”, de 15 de março de 1962, Jânio Quadros tentou pôr fim às especulações sobre as reais motivações de seu gesto. Já na condição de ex-presidente, investiu sem meias-palavras contra o Congresso ou, mais especificamente, contra a maioria oposicionista que enfrentou em seus sete meses de governo. A renúncia à Presidência não significou renúncia à política. Em 1962, Jânio Quadros candidatou-se ao governo de São Paulo, mas foi derrotado por seu adversário histórico Adhemar de Barros. Com os direitos políticos cassados pelo regime militar instaurado em 1964, Jânio passou um longo período de ostracismo. Durante esse tempo, prestou consultoria a empresas e descobriu os prazeres da pintura. Em 1979, recuperou os direitos políticos pela Lei de Anistia, tentou de novo ser eleito ao governo de São Paulo, mas foi derrotado. Em 1985, Jânio derrotou Fernando Henrique Cardoso nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Líder nas pesquisas de intenções de voto, Fernando Henrique chegou a posar para os fotógrafos, sentado à mesa do chefe do executivo municipal. Jânio cumpriu o mandato municipal até 1989, ano em que seu nome começou a ser cogitado para a sucessão do presidente José Sarney. Depois de expedir uma série dos seus famosos “bilhetinhos” (por meio dos quais dava ordens e anunciava decisões), negando veementemente a intenção de se candidatar, arranjou maneira mais enfática de se expressar: pendurou um par de chuteiras à porta do gabinete. Declarava-se, à sua maneira, aposentado e, portanto, fora da corrida presidencial. Depois de sofrer três derrames cerebrais, Jânio da Silva Quadros morreu em 16 de fevereiro de 1992, em São Paulo. Foi parte de seu discurso de posse em 1961: “Senhor Presidente, Srs. Ministros, muitos são os caminhos para a conquista do Poder. Viciosos, porém, se me afiguram todos aqueles que se apartam do voto do povo, deitado nas urnas soberanas. Percorri a estrada legítima. E, por isso, a Justiça Eleitoral do meu País, mais uma vez, proclama esta verdade simples: a democracia só se define, só se afirma e consolida através do sufrágio. É o direito à opção que faz os cidadãos responsáveis poderosos e permanentes. De advogado que postulava interesses individuais a administrador dos interesses coletivos se não foi longa a minha jornada, foi ela suficientemente áspera para ensinar-me que, a Justiça não é apenas um dos Poderes da República, mas, constitui, isto sim, essência desse mesmo regime. [...] Honra-me ser o primeiro Chefe de Estado a receber, nesta nova Capital, o seu diploma, e na pessoa do ínclito Ministro Presidente, rendo as minhas homenagens a todos os dignos juízes que ilustram a Justiça Eleitoral brasileira. [...] Dentro da lei e em estrita obediência à lei, serei livre para impor e exigir de todos o exato cumprimento do dever. Dessa liberdade, faço a minha escravidão”.

Jânio Quadros

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).

Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Série Presidentes do Brasil

JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA:
Nasceu no dia 12 de setembro de 1902, em Diamantina, Minas Gerais. Filho de João César de Oliveira e de Júlia Kubitschek. Como não havia escola pública em Grupiara (pra onde a família tinha se mudado), e nem recursos para financiar os estudos de Juscelino em Belo Horizonte, ele ingressou no Seminário Diocesano da capital mineira em 1914, onde conseguiu redução nas taxas de matrícula e serviu como coroinha na igreja de Nossa Senhora da Luz durante todo o tempo como seminarista. Ao completar 15 anos, concluiu o curso de Humanidades e deixou o seminário, pois não pretendia seguir o sacerdócio. Em Belo Horizonte, fez os estudos preparatórios para a Faculdade de Medicina. A conclusão dessa fase aconteceu em quatro etapas – os chamados “exames por decreto”, que substituíram pelo sistema parcelado a antiga bateria de exames feita em um mesmo ano. Aproveitando-se disso, ele prestou exames em Diamantina, em Belo Horizonte, no Ginásio Mineiro – o Seminário do Caraça – e, em 1921, conseguiu em Barbacena o passaporte necessário para ingressar na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. No mesmo ano, foi aprovado por concurso como telegrafista, o que lhe permitiu cobrir as despesas no período da faculdade. Nada interrompeu sua marcha, nem a gripe espanhola, que se alastrou em 1918 e matou o presidente Rodrigues Alves pouco antes de tomar posse para seu segundo mandato. Formou-se médico em 1927. Seu primeiro emprego público, arranjado pelo seu amigo José Maria Alkmin, na Caixa Beneficente da Imprensa Oficial. Logo após se formar, foi assistente do médico Júlio Soares na Santa Casa de Misericórdia e sócio dele no seu consultório, além de atuar como professor assistente da cadeira de Física Médica na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Em abril de 1930, logo depois das eleições presidenciais que deram a vitória ao paulista Júlio Prestes, viajou a Paris para especializar-se em urologia. Ao retornar, em novembro do mesmo ano, encontrou o país sob o Governo Provisório de Getúlio Vargas, e Minas Gerais sendo governada por Olegário Maciel, o único chefe de Executivo provincial que Getúlio não substituiu por um interventor. No ano seguinte, foi nomeado médico do Hospital Militar da Força Pública de Minas Gerais, no qual criou, organizou e chefiou o serviço de Laboratório e Pesquisa com a patente de capitão-médico. Nesse posto, participou das forças mineiras. Juscelino Kubitschek se casou em 1931 com Sarah Gomes de Sousa Lemos e tiveram duas filhas: Márcia e Maria Estela (filha adotiva). O novo governante de Minas Gerais, Benedito Valadares, chamou Juscelino para ser secretário, o equivalente hoje à chefia do Gabinete Civil. JK então abandonou a atividade médica. O trabalho na Interventoria permitiu que Juscelino começasse a construir sua base política em Diamantina, especialmente por meio de obras de infra-estrutura, com destaque para a estrada de ligação entre a cidade e Rio Vermelho. Filiado ao Partido Progressista de Minas Gerais (PP-MG), foi eleito deputado federal em 1934, com a maior votação do Estado, o que era fruto de sua atuação no governo de Benedito Valadares, eleito presidente de Minas Gerais na mesma ocasião. JK ficou menos de três anos na Câmara: tomou posse em maio de 1935 e saiu em novembro de 1937, quando a Casa foi fechada pelo golpe com que Vargas instituiu a ditadura do Estado Novo. De sua atuação legislativa, nada consta: nenhum projeto apresentado, nenhum discurso proferido, nenhuma assinatura em parecer de importância. Com o fechamento do Congresso por Getúlio Vargas, JK perdeu seu mandato, tendo que retomar suas atividades de médico tanto no consultório quanto no Hospital Militar. Foi promovido a tenente-coronel da Força Pública em 1938 e nomeado chefe do serviço de cirurgia do Hospital Militar. Em 1940, assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte. Sua atuação o credenciou a ampliar suas bases na política mineira. Em suas ações como prefeito, promoveu grande remodelação da capital mineira, asfaltando as principais ruas da cidade, abrindo novas avenidas, interligando o centro aos subúrbios, e empreendeu importantes obras de infra-estrutura, especialmente na rede de esgotos e no abastecimento de água. A eleição presidencial estava previsto para 02 de dezembro de 1945 e havia provocado grande movimentação em torno da organização dos partidos políticos e da escolha de candidatos. A organização do PSD em Minas Gerais, como em todos os Estados, foi feita a partir da estrutura estado-novista, especialmente em torno dos interventores ligados a Vargas. JK conseguiu uma votação de muita expressão, ficando apenas atrás de Getúlio Vargas. Transferindo-se para o Rio de Janeiro em 1946, Juscelino Kubitschek assumiu seu mandato como deputado constituinte, não se destacando durante a elaboração do texto constitucional, tampouco durante o período legislativo posterior. Nesse tempo, ocupou a Comissão Permanente de Transporte e Comunicação. Em 1948, foi aos Estados Unidos e ao Canadá em visita que, segundo seu próprio depoimento, muito contribuíram para sua compreensão da importância da industrialização para o desenvolvimento de um país. Em 19 de setembro de 1946, depois de aprovar a Constituição de 1946 e pouco antes de transformar a Assembléia no Legislativo comum que iria atuar ao longo do governo Dutra, os parlamentares votaram nos candidatos à Vice-Presidência e deram a vitória a Nereu Ramos. Entravam na ordem do dia as discussões sobre as eleições presidenciais do ano seguinte. Juscelino Kubitschek, claramente pré-candidato, já defendia que o PSD, como maior partido nacional, comandasse a discussão sobre a sucessão. Voltou à tona a sugestão de uma candidatura única, enunciada por setores do próprio PSD, pela UDN e grupos militares a ela ligados, recaindo a escolha sobre Juscelino Kubitschek. Apesar de todas as pressões, o PSD homologou a candidatura JK à Presidência em 10 de fevereiro de 1955. Foi negociado e fechado o acordo de que o PTB indicaria o candidato à vice-presidente. Em 13 de abril, o Diretório Nacional do PSD aceitou o nome do ex-ministro do Trabalho João Goulart para compor a chapa, com PR, PTN, PST e PRT na coligação. Juscelino Kubitschek recebeu 3.077.411 votos, 36% do total. Em 07 de janeiro de 1956, apesar de todas as tentativas para anular os resultados das urnas, o TSE proclamou os resultados oficiais, formalizando a vitória de JK, que tinha viajado para os Estados Unidos. A cerimônia de posse aconteceu no dia 31 daquele mesmo mês. No ‘slogan’ de sua campanha presidencial – ‘cinqüenta anos em cinco’ – Juscelino prometia grandes transformações no país. No dia 31 de janeiro de 1956, aos 54 anos, ele chegou com sua já bem-sucedida carreira política ao Palácio do Catete para executar o programa cujo ensaio havia feito no governo de Minas Gerais. Iniciou sua gestão afirmando seu compromisso com a pacificação política. Solicitou ao Congresso que suspendesse o estado de sítio, o que foi feito rapidamente. Aboliu a censura à imprensa. O mesmo impulso pacificador determinou que o presidente resolvesse em conversa de gabinete a revolta estudantil de maio, interrompendo a onda de repressão desencadeada no Rio de Janeiro. A política econômica do governo Kubitschek, já anunciada durante a campanha eleitoral, visava empreender o rápido crescimento econômico, por meio da instalação de indústrias, da ampliação da infra-estrutura e da ligação entre as diversas regiões do país. Na base desse programa, encontravam-se as análises realizadas pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) com o BNDE, que apresentavam uma nova proposta para o papel do Estado e do capital no desenvolvimento dos países latino-americanos em geral e do Brasil em particular. Consolidando tais propostas, o documento que guiou as ações do governo JK foi o “Plano de Metas”, que apresentava 31 objetivos distribuídos em seis grupos: Energia, Transportes, Alimentação, Indústrias de Base, Educação e Construção de Brasília. Sob vários aspectos, o governo de JK pode ser considerado um sucesso, pelo menos do ponto de vista do crescimento. Construíram-se 20 mil quilômetros de estradas de rodagem, foram acrescidos à malha nacional 826 quilômetros de estrada de ferro. No setor energético, passou-se de 3 milhões de kW, em 1955, para 4,75 milhões de kW, em 1961, construção de algumas hidrelétricas, com destaque para as centrais de Furnas e Três Marias. No que se refere à produção de petróleo, houve crescimento excepcional, passando-se de 2 milhões de barris por ano, em 1955, para 30 milhões, em 1960. A produção de aço, que em 1955 era de 1,15 milhão de toneladas, alcançou 2,5 milhões em 1960, o que serviu de base também para a implantação da indústria automobilística. Em 1960, 321.150 veículos tinham sido produzidos, contra a meta original de 100 mil veículos. Embora a inflação tenha crescido bastante no período, não chegou a atingir níveis inconvenientes, passando de 19,2% em 1956 para 30,9% em 1960. Assim, buscar o capital internacional era muito importante para a consecução dos planos do governo. O ambiente era favorável, dada a emergência de países como os do Mercado Comum Europeu (1957) e do Japão no setor de expansão de capitais. No caso dos empréstimos, surgiram inconvenientes: imposições feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1958, que se chocava com a política desenvolvida pelo Ministério da Fazenda. No fim, JK rompeu com o FMI em junho de 1959. A última das metas, a construção de uma nova capital para o país, não figurava originalmente nos planos de JK. Ela teria surgido durante um comício em Goiás, transformando-se imediatamente num grande sonho, uma síntese. A rapidez da construção – bem como seu alto custo – realmente transformou Brasília na essência de sua gestão e de sua política desenvolvimentista. Ao final do mandato, uma cidade branca, moderníssima, havia sido incluída na paisagem do Planalto Central do país, concretizando o dispositivo colocado pelos criadores da República na primeira Constituição do regime de 1891. Mas Brasília inaugurada, Juscelino Kubitschek passou a acalentar um novo sonho: retornar à Presidência em 1965. Nas discussões sobre sua própria sucessão só se falava em JK em 65. Tendo Jânio Quadros começado a governar em Brasília, JK tratou de dar continuidade à carreira, pois seus planos já estavam traçados. Nas eleições extraordinárias de 04 de junho de 1961, tornou-se senador pelo Estado de Goiás com 146.366 votos, enquanto sua adversária, Estelita Campos, conseguiu apenas 26.800 votos. Em agosto, Jânio renunciou, abrindo uma crise de enormes proporções. Seu substituto deveria ser o vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão diplomática na China, mas sua posse foi contestada pelos militares. JK defendia o cumprimento da regra constitucional e sempre se opôs ao arranjo que foi dado ao impasse: o parlamentarismo, que manteve Goulart como chefe de Estado, mas levou o mineiro Tancredo Neves à chefia do governo como primeiro-ministro. Com sua candidatura já homologada em março de 1964 pelo PSD para a sucessão de Goulart, JK recusou convite para aderir ao movimento político-militar que se preparava para depor João Goulart. No dia 09 de abril, foi baixado o Ato Institucional nº 1 (AI-1), que, além de definir regras para a permanência do presidente militar no poder, cassou mandatos, suspendeu direitos políticos, extinguiu a vitaliciedade dos cargos do Judiciário e revogou outros direitos constitucionais. Castello Branco assumiu o cargo no dia 15 de abril, com José Maria Alkmin na Vice-Presidência, apresentando o regime militar como uma fase transitória, de caráter corretivo. Em 13 de junho, era instituído o Serviço Nacional de Informações (SNI), sob a chefia do general Golbery do Couto e Silva, que iria se tornar um dos centros vitais do aparato controlador do regime militar. No dia 08 de junho de 1964, Juscelino Kubitschek perdeu os direitos políticos por dez anos, com base no AI-1. Uma semana depois da cassação, Juscelino trocava o Brasil pela Europa, como uma forma de exprimir seu protesto contra a violência. Em 22 de julho, o Congresso adiou as eleições dos governadores estaduais para 03 de outubro de 1965 e prorrogou o mandato de Castello, que deveria ir até 31 de janeiro de 1966, para 15 de março de 1967. Em outubro de 1965, as eleições do dia 03 deram a vitória ao mineiro Israel Vargas, e da Guanabara, Negrão de Lima. Os militares ficaram descontentes e não aceitavam esse resultado. Por fim, no dia 27 de outubro, Castello Branco baixou o Ato Institucional nº 02 (AI-2), ampliando os poderes presidenciais e extinguindo os partidos políticos. Em fevereiro de 1966, o Ato Institucional nº 3 (AI-3) definiu que a escolha dos futuros presidentes seria feita por eleições indiretas. Nesse cenário, as punições feitas aos opositores foram iniciadas, passando a Justiça Militar a atuar também para crimes civis contra a segurança nacional. Em 06 de novembro, as entidades estudantis foram proibidas de promover atividades políticas: no dia 20, pelo Ato Complementar nº 4, regulamentou-se o bi-partidarismo. Os grupos que apoiavam o governo foram concentrados na Aliança Renovadora Nacional (Arena): os demais grupos que se consideravam oposição, ficaram no Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 13 de dezembro do mesmo ano, foi editado o AI-5. O Congresso foi declarado em recesso e ordenou-se a prisão de Juscelino Kubitschek, (que recuperou a liberdade poucas semanas depois), no início de 1969. JK havia assumido o cargo de diretor-presidente do conselho administrativo do Banco Denasa de Investimentos em 1967. Foi indicado para a Academia Mineira de Letras por suas obras: “Meu caminho até Brasília” e “Por que construí Brasília”. Em 1975, foi eleito ‘Intelectual do Ano’, recebendo no ano seguinte o Troféu Juca Pato. Juscelino Kubitschek de Oliveira morreu no dia 22 de agosto de 1976 em acidente automobilístico na Rodovia Presidente Dutra. Estava voltando de São Paulo para o Rio de Janeiro. O veículo se encontrava na altura do município de Resende quando se chocou com outro. O episódio de sua morte deixou várias dúvidas em alguns de seus amigos e em significativa parcela da imprensa até os dias atuais, mas as suspeitas de homicídio, levantadas, nunca foram comprovadas. Apesar de proibida pelo AI-5 qualquer manifestação em torno de cidadãos punidos pelo regime militar, a morte de JK causou grande manifestação popular, no Rio de Janeiro e em Brasília. Seu corpo foi sepultado no Cemitério do Campo da Esperança, na capital da República. Ernesto Geisel, primeiro mandatário da República na ocasião, decretou luto oficial de três dias. Foi parte de seu discurso: “Recebendo das mãos de Vossa Excelência, Senhor Ministro Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, os diplomas de Presidente e Vice-Presidente da República, experimentamos uma sensação ao mesmo tempo de júbilo e de terrível responsabilidade. O júbilo vem de ter tido desenvolvimento pacífico e legal a crise brasileira; quanto a temerosa responsabilidade, estão na consciência de todos os inúmeros problemas que tem de enfrentar quem vai governar este País. [...] Não duvidamos, mesmo nas horas mais difíceis, que o nosso País estivesse amadurecido suficientemente para que as regras e fundamentos da moral e do direito resistissem a toda sorte de desregramentos da paixão. [...] Não nos cabe agradecer o ato desta hora. O que devemos fazer é felicitar o Brasil por ter a serviço da vontade de seu povo homens como os que compõem o Tribunal Superior Eleitoral: homens do valor, das qualidades morais e da dedicação à causa pública de Vossas Excelências. [...]”.


JUSCELINO KUBITSCHEK

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

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Relembrando

ACONTECEU NO MÊS DE JANEIRO
No dia 01 de janeiro do ano de 1831, surgia o primeiro jornal impresso com o nome de “O Correio Constitucional”.

No dia 03 de janeiro do ano de 1876, nascia o poeta, jornalista e teatrólogo Silvio Fontoura.

No dia 04 de janeiro do ano de 1834, foi fundado o jornal “O Campista”, que vem a ser uma das raízes da criação do jornal “Monitor Campista”.

No dia 07 de janeiro do ano de 1916, nascia Maria da Conceição Rocha e Silva, poeta e jornalista que ficou conhecida com o nome de Nina Arueira.

No dia 08 de janeiro do ano de 1978, foi fundado o jornal “Folha da Manhã”.

No dia 13 de janeiro do ano de 1884, foi fundado o clube carnavalesco Tenentes de Plutão.

No dia 14 de janeiro de 1875, foi inaugurada a ligação ferroviária de Campos dos Goytacazes com Macaé.

No dia 14 de janeiro de 1929, foi inaugurada a linha telefônica de Campos dos Goytacazes com Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo.

No dia 15 de janeiro do ano de 1933, foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar de Campos (STIAC).

No dia 19 de janeiro de 1919, mais uma grande enchente do Rio Paraíba do Sul causando mortes, foi encontrado um jacaré-de-papo-amarelo na Rua Barão de Cotegipe (hoje Theotônio Ferreira de Araújo).


No dia 22 de janeiro do ano de 1936, foi fundado o Sindicato dos Bancários de Campos.

No dia 23 de janeiro do ano de 1910, foi ministrada a primeira aula da Escola de Aprendizes Artífices (depois CEFET e atualmente IFF), que funcionava no prédio onde hoje está estabelecida a Faculdade de Direito de Campos dos Goytacazes, criada pelo Governo Nilo Peçanha.

No dia 24 de janeiro do ano de 1919, nascia o poeta e, um dos fundadores da Academia Pedralva Letras e Artes, Pedro Manhães.

No dia 24 de janeiro do ano de 1919, foi fundado o Clube de Regatas Rio Branco.

No dia 24 de janeiro do ano de 1921, foi criada a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia de Campos.

No dia 24 de janeiro do ano de 1926, nascia o poeta e jornalista Amaro Prata Tavares.

No dia 25 de janeiro do ano de 1949, foi instalado o primeiro semáforo da Cidade de Campos dos Goytacazes, na esquina das Ruas Alberto Torres com Barão de Miracema (antiga São Bento), sob protestos de muitos motoristas.

No dia 26 de janeiro do ano de 1909, nascia o primeiro jogador de futebol campista a disputar uma Copa do Mundo, de nome Polycarpo Ribeiro, mais conhecido pelo apelido de “Poli”.

No dia 28 de janeiro do ano de 1893, nascia o atleta do remo campista, Olímpio Pinheiro.

No dia 29 de janeiro do ano de 1951, foi inaugurado o Sanatório para Tuberculosos, hoje conhecido como Hospital Ferreira Machado.

ACONTECEU NO MÊS DE FEVEREIRO

No dia 16 de Fevereiro do ano de 1830 era fundada a Loja Maçônica “Firme União”, hoje “Fraternidade Campista”, a primeira em Campos e quinta no Brasil.

No dia 17 de Fevereiro do ano de 1810 nasce o industrial Francisco Ferreira Saturnino Braga.

No dia 19 de Fevereiro do ano de 1872 começa a navegação no Canal Campos / Macaé.

No dia 20 de Fevereiro do ano de 1947 era fundada a Academia Pedralva - Letras e Artes.

No dia 21 de Fevereiro do ano de 1901 era realizada a Sessão Inaugural da Comarca Municipal de Campos, quando o Dr. Pereira Nunes sugere para o brasão do município, em homenagem ao heroísmo de Benta Pereira e Mariana Barreto, a inscrição “Ipsae matronae hic pro jure pugnant”. (Até as mulheres aqui pelo direito lutam).

No dia 24 de Fevereiro do ano de 1949 era inaugurado o Lar Cristão.

No dia 26 de Fevereiro do ano de 1840 nascia o pintor Antonio Araújo de Souza Lobo.

No dia 27 de Fevereiro do ano de 1916 era inaugurado, em terreno da Prefeitura, vizinho ao cemitério do Caju, o triturador de lixo montado pela “The Patent Lighthing Crusher Co.”No dia 29 de Fevereiro do ano de 1888 nasce o músico e maestro Jucas Chagas.

ACONTECEU NO MÊS DE MARÇO

No dia 01 de Março do ano de 1956 entra no ar a Emissora Continental de Campos.

No dia 02 de Março do ano de 1925 era dada à primeira aula no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.

No dia 05 de Março do ano de 1880 nasce o político e compositor Thieres Cardoso.

No dia 07 de Março do ano de 1940 devido à explosão de um fogareiro a álcool, falece a professora da Escola de Aprendizes e Artífices (hoje CEFET ou IFF), Maria Isabel Castro Pereira.- No mesmo dia acima citado foi dada a primeira aula da Faculdade de Direito de Campos no ano de 1960.

No dia 09 de Março do ano de 1950 é assassinado a facadas, à porta do Café Belas Artes, ao meio-dia, o vereador Marcílio Martins.

No dia 11 de Março do ano de 1877 fundada a Igreja Presbiteriana pelo Reverendo Blackford.

- No mesmo dia acima citado, foi inaugurado o Forum pelo Juiz Álvaro Ferreira Pinto no ano de 1935.

- No mesmo dia acima citado foi entregue à Santa Casa o novo prédio construído pelo industrial José Carlos Pereira Pinto no ano de 1944.

No dia 12 de Março do ano de 1885 foi inaugurada a fábrica de tecidos.

No dia 18 de Março do ano de 1935 morre, de tifo, aos 19 anos, a poeta feminista Nina Aroeira que se casaria em junho. É sepultada com seu vestido de noiva.

No dia 23 de Março do ano de 1879 sai o primeiro número de “A Matraca” A Sra. Rita Armond, ao ler insinuações desairosas à sua pessoa, feriu o redator a chicotadas.

-No mesmo dia acima citado, foi fundada a Primeira Igreja Batista no ano de 1891.

No dia 24 de Março do ano de 1847 primeira visita do Imperador D. Pedro II a Campos dos Goytacazes.

No dia 25 de Março do ano de 1889 nasce o teatrólogo e jornalista Gastão Machado.

No dia 26 de Março do ano de 1911 chegada do primeiro automóvel, adquirido por Atilano Crisóstomo.

No dia 28 de Março do ano de 1835 elevada à categoria de Cidade a Vila de São Salvador.

- No mesmo dia acima citado, fundado o jornal “A Cidade” no ano de 1934.

- No mesmo dia acima citado inaugurado o Conservatório de Música de Campos no ano de 1935.

- No mesmo dia acima citado, foi inaugurada a Catedral de São Salvador no ano de 1935.

-No mesmo dia acima citado, foi inaugurada a Rodoviária Roberto Silveira no ano de 1962.

ACONTECEU NO MÊS DE ABRIL

No dia 03 de abril do ano de 1950 foi inaugurada à Rua Barão de Cotegipe, a agência do Bradesco.

No dia 04 de abril de 1944 nasceu a nadadora Diana Quitete Azevedo Cruz.

No dia 05 de abril de 1873 foi inaugurada a “Ponte de Pau” atual Barcelos Martins.

No dia 05 de abril de 1895 nasceu a professora Maria Benedita das Dores Gouveia.

No dia 06 de abril de 1950, por causa de intensa chuva, desaba uma ponte ferroviária na região de Tanguá, provocando grave acidente com o trem noturno Rio/Campos, levando à morte muitos passageiros, inclusive campistas.

No dia 07 de abril de 1846, nasceu o almirante e criador da Escola Naval, Luiz Felipe Saldanha da Gama.

No dia 08 de abril de 1951 foi fundado o Grupo Espírita Allan Kardec.

No dia 09 de abril de 1696, foi criado o imposto sobre fabricação de aguardente, para se construir a Cadeia da Vila. O dinheiro arrecadado, porém, foi utilizado em outros fins.

No dia 09 de abril de 1896 nasce o historiador e geólogo Alberto Ribeiro Lamego.

No dia 13 de abril de 1886 nasce o poeta Flamínio Caldas.

No dia 13 de abril de 1965 foi fundada a ARTA – Associação Regional de Teatro Amador.

No dia 14 de abril de 1947 foi inaugurado o Monumento ao Expedicionário, na Praça São Salvador, obra do escultor campista Modestino Kanto.

No dia 15 de abril de 1870 nasce o escritor e jornalista Múcio da Paixão.

No dia 15 de abril de 1968 a peça “A Moratória”, de Jorge Andrade, montada pelo Grêmio Casimiro Cunha, inaugurava o palco do Teatro de Bolso.

No dia 18 de abril de 1960 nasce o ex-governador e ex-prefeito Anthony Garotinho Matheus de Oliveira.

No dia 21 de abril de 1903 foi inaugurada a Biblioteca Municipal.

No dia 23 de abril de 1898 nasce o médico, deputado e prefeito Barcelos Martins.

No dia 23 de abril de 1952 foi inaugurada a Ponte General Dutra.

No dia 27 de abril de 1973 foi fundado o Teatro Escola de Cultura Dramática.

No dia 28 de abril de 1940 um objeto não identificado corta o espaço, às 21:30hs, provocando intensa luminosidade e uma explosão ao longe.

ACONTECEU NO MÊS DE MAIO

No dia 01 de maio de 1884 foi fundado, por Carlos de Lacerda, o Jornal “Vinte e Cinco de Março”.

No dia 02 de maio de 1891 nasce o poeta Heitor Silva.No dia 03 de maio de 1914 foi fundado o Americano Futebol Clube.

No dia 05 de maio de 1844 foi enforcado, na Praça de Santa Efigênia, o negro alforriado Ildefonso, por ter assassinado a escrava Isabel.

No dia 05 de maio de 1917 foi registrado um tremor de terra, com a duração de 10 segundos.

No dia 13 de maio de 1900 foi realizada a primeira corrida de bicicletas pelas ruas da cidade.

No dia 18 de maio de 1928 nasce o professor e poeta Walter Siqueira.

No dia 19 de maio de 1870 foi fundada a Sociedade Musical Lira de Apolo.

No dia 20 de maio de 1961 foi fundada a Faculdade de Filosofia de Campos.

No dia 21 de maio de 1748, Benta Pereira, então com 73 anos de idade, e os filhos Manoel e Mariana Barreto, liderando cerca de 500 voluntários, impedem a posse da Vila pelo Visconde de Asseca, Martim Correia de Sá. Os revoltosos, a cavalo, invadem a casa do Capitão-Mor Nunes Teixeira e a Câmara Municipal. Há muitos mortos e feridos. Os vereadores são presos.

No dia 23 de maio de 1937 foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Construção Civil.

No dia 25 de maio de 1891 nasce o poeta Max de Vasconcelos.

No dia 25 de maio de 1921 foi inaugurado, pelo Prefeito Dr. Luiz Sobral e o Capitão Francisco de Paula Carneiro, o Cine Teatro Trianon, que apresentou, nesta noite, a opereta “A Duquesa de Bal Tabarin”, de Franz Lehar, com Esperanza Iris e sua Cia.

No dia 26 de maio de 1892 foi fundada a Sociedade Musical Operários Campistas.

No dia 28 de maio de 1943 foi inaugurada a estrada de automóveis Campos-Niterói.

No dia 29 de maio de 1677 foi fundada a Vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes.

No dia 30 de maio de 1963 foi fundado o Clube dos Diretores Lojistas, hoje Câmara de Dirigentes Lojistas.

ACONTECEU NO MÊS DE JUNHO

Dia 10 do ano de 1906, foi fundado o Clube de Natação e Regatas Campista.

- Dia 11 do ano de 1914, foi fundado o Colégio Bittencourt.

- Dia 13 do ano de 1844, foi inaugurada a loja e livraria “Ao Livro Verde”.

- Dia 17 do ano de 1913, o funcionário da limpeza pública, Joaquim Bento, morre eletrocutado pelo rompimento de um fio da rede elétrica, causado pela queda da folha de uma das palmeiras imperiais da Praça São Salvador.

- Dia 18 do ano de 1874, o pastor Cândido Mesquita faz sua primeira pregação numa residência, à Rua do Sacramento. Manifestantes contrários apedrejaram as vidraças.

- Dia 20 do ano de 1832, nasce o conselheiro José Fernandes da Costa Pereira Júnior.

- Dia 21 do ano de 1939, foi fundada a Academia Campista de Letras.

- Dia 24 do ano de 1883, foi inaugurada, por D. Pedro II, a iluminação elétrica. Campos dos Goytacazes é a primeira cidade da América do Sul a receber este benefício.

- Dia 26 do ano de 1910, foi instalada a Caixa Filial do Banco do Brasil.

- Dia 26 do ano de 1975, começa a ser demolido, no período da madrugada, o Cine Teatro Trianon.

- Dia 29 do ano de 1958, foi inaugurada a primeira linha de ônibus elétricos, conhecidos como Tróley-bus.

ACONTECEU NO MÊS DE JULHO

- Dia 01 do ano de 1962, foi fundado o Instituto Campista de Literatura.

- Dia 03 do ano de 1913, nasce o compositor Wilson Batista de Oliveira.

- Dia 05 do ano de 1830, a Câmara Municipal aprova a fabricação de duas lanças para matar os porcos e cães soltos pelas ruas da Cidade.

- Dia 05 do ano de 1873, foi inaugurada a estação da Estrada de Ferro Campos/São Sebastião, onde atualmente funciona a Faculdade de Direito de Campos.

- Dia 07 do ano de 1873, foi inaugurada a barca de banhos, que ficava nas águas do Rio Paraíba do Sul.

- Dia 10 do ano de 1941, foi fundado o Aero Clube de Campos.

- Dia 11 do ano de 1958, entra no ar a Rádio Jornal Fluminense.

- Dia 13 do ano de 1833, toma posse o primeiro Juiz de Direito de nossa Região, o Dr. Deocleciano Amaral.

- Dia 22 do ano de 1870, nasce o grande poeta, cujo poema “Amantia Verba” mais tarde se transforma no Hino de Campos dos Goytacazes, João Antonio de Azevedo Cruz.

- Dia 23 do ano de 1928, aconteceu um assalto, durante a noite, do Banco Comercial e Hipotecário, quando os ladrões abriram um rombo no cofre e retiraram 244 contos de réis.

- Dia 26 do ano de 1845, nasceu o historiador Júlio Feydit.

- Dia 27 do ano de 1923, nasceu o historiador e teatrólogo Waldir Pinto de Carvalho.

- Dia 27 do ano de 1942, às 07 horas da manhã, cai neve sobre a Cidade de Campos dos Goytacazes, por poucos minutos.

- Dia 29 do ano de 1876, suicida-se, lançando-se da “Ponte de Pau”, atual Ponte Barcelos Martins, José Martins Pinheiro, o Barão da Lagoa Dourada, tendo o cuidado de antes, tirar o chapéu e o sobretudo.

- Dia 29 do ano de 1882, foi inaugurado o Farol de São Thomé, trabalho executado pela mesma firma, que mais tarde (07 anos depois), viria a construir a Torre Eiffel, em Paris.

- Dia 31 do ano de 1998, foi inaugurado pelo Prefeito Arnaldo Vianna o novo Teatro Trianon, que apresentou, nesta noite, o espetáculo de dança “Rota”, de Deborah Colker.

ACONTECEU NO MÊS DE AGOSTO

Dia 01 do ano de 1843, nasceu o poeta e primeiro Prefeito de Campos, Manuel Rodrigues Peixoto.

- Dia 02 do ano de 1882, foi fundada a Sociedade Musical Lira Conspiradora.

- Dia 02 do ano de 1916, nasceu em Santo Eduardo o Governador Celso Peçanha.-

Dia 05 do ano de 1914, nasceu o escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, José Cândido de Carvalho.

- Dia 06 do ano de 1945, foi criada por Gerardo Maria Ferraiuoli (Patesko), a Grande Prova Ciclística de São Salvador.

- Dia 06 do ano de 1957, foi fundado o Lions Clube de Campos.

- Dia 10 do ano de 1852, foi fundada a Sociedade Portuguesa de Beneficência.

- Dia 12 do ano de 1906, falece acometido pela peste bubônica, o dentista Teófisto Abreu. Várias pessoas que o haviam visitado vêm a falecer dias depois, inclusive os médicos que o assistiram: Dr. Lacerda Sobrinho, Dr. Silva Tavares e Dr. Luiz Cardoso de Melo.

- Dia 14 do ano de 1922, foi fundado o Automóvel Clube Fluminense.

- Dia 15 do ano de 1937, um comício do Partido Integralista Brasileiro, na Praça São Salvador, é dissolvido a bala, pela polícia. Dez pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Entre os mortos, a Srª Alcídia, esposa do então vereador Jorge Pereira Pinto e mãe de Carlos Alberto, Jorge Renato, Antonio Carlos e Maria Lúcia.

- Dia 18 do ano de 1950, o pianista Artur Moreira Lima, com 09 anos de idade, faz um recital de piano no Cine-Teatro Trianon, em benefício da “Obra do Berço”.

- Dia 20 do ano de 1912, foi fundado o time de futebol Goytacaz Futebol Clube.

- Dia 26 do ano de 1894, foi fundada a Associação dos Comerciários, hoje Sindicato dos Comerciários.

- Dia 28 do ano de 1833, nasceu o poeta, médico, diretor da Biblioteca Nacional e membro da Academia Brasileira de Letras, José Alexandre Teixeira de Melo.

- Dia 29 do ano de 1940, foi fundada por Monsenhor Severino a APIC (Associação de Proteção à Infância de Campos).

- Dia 30 do ano de 1956, foram captadas as primeiras imagens da Rede Tupy de Televisão (TV Tupi).

ACONTECEU NO MÊS DE SETEMBRO

- Dia 04 do ano de 1902, nasceu o professor e advogado Nelson Pereira Rebel.- Dia 05 do ano de 1959, foi inaugurada a Agência da BANERJ (Banco do Estado do Rio de Janeiro).

- Dia 05 do ano de 1947, foi fundado o Hospital Abrigo Dr. João Viana.

- Dia 06 do ano de 1874, foi inaugurado o Theatro Empyreo Dramático, local das conferências abolicionistas e, por isso, interditado pela polícia sob pretexto de ser um prédio inseguro.

- Dia 07 do ano de 1845, foi inaugurado o Teatro São Salvador, com a peça “O Novo Século”.

- Dia o7 do ano de 1916, foi fundado o Jornal A Notícia.

- Dia 16 do ano de 1954, o Hino de Campos, de Azevedo Cruz e Newton Perissé Duarte, é cantado pela primeira vez em público, no Clube de Regatas Saldanha da Gama, pelo Orfeão Santa Cecília.

- Dia 19 do ano de 1875, começou a funcionar a primeira seção de bondes movidos por tração animal.

- Dia 20 do ano de 1873, morreu, enquanto dormia, estrangulada por suas escravas Letícia, Cecília, Virgínia e Cherubina, a fazendeira Ana Joaquina Carneiro Pimenta.

- Dia 20 do ano de 1934, foi fundado o Sindicato das Indústrias do Açúcar e Álcool do Norte Fluminense.

- Dia 20 do ano de 1945, descarrilou o trem noturno que fazia a linha Campos/Rio de Janeiro, vitimando muitos passageiros.

- Dia 22 do ano de 1945, foi instalada em um prédio à Rua 13 de Maio, a sede do Jockey Clube de Campos.

- Dia 24 do ano de 1831, foi fundada a Caixa Econômica da Cidade de Campos, liquidada depois por má administração política.

- Dia 25 do ano de 1926, foi inaugurado o Cinema Capitólio, com o filme “A Viúva Alegre.

ACONTECEU NO MÊS DE OUTUBRO

- Dia 02 do ano de 1867, nasceu na Freguesia de Nossa Senhora da Penha de Morro do Coco, o Governador e Presidente da República Nilo Procópio Peçanha.

- Dia 03 do ano de 1942, foi fundada em Campos dos Goytacazes a agência da Legião Brasileira de Assistência.

- Dia 06 do ano de 1954, foi inaugurado o Cine Goitacá, com o filme “Os Brutos Também Amam”.

- Dia 07 do ano de 1972, foi inaugurado o Teatro Múcio da Paixão, do SESC, com a peça “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes.

- Dia 08 do ano de 1928, nasceu o campeão mundial de futebol Waldir Pereira (mais conhecido como Didi, o inventor da “Folha Seca”).

- Dia 09 do ano de 1853, nasceu o jornalista e abolicionista José Carlos do Patrocínio, mais conhecido como “Tigre da Abolição”.- Dia 10 do ano de 1946, foi fundada a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

- Dia 12 do ano de 1911, foi inaugurado o Colégio Batista Fluminense.

- Dia 13 do ano de 1701, a Câmara Municipal faz afixar no Pelourinho, um edital proibindo a venda de carne de gado por mais de 12 vinténs a arroba, sob pena de multa de 06 mil réis e 20 dias de cadeia.

- Dia 14 do ano de 1968, foi dada a primeira aula na Faculdade de Medicina de Campos, que passou a funcionar no antigo prédio da Policlínica Infantil (onde funcionou o Cemitério do Quimbira).

- Dia 17 do ano de 1964, foi inaugurada a Ponte Saturnino de Brito, conhecida também como a Ponte da Lapa.

- Dia 19 do ano de 1952, foi inaugurado o Aeroporto Bartholomeu Lyzandro.

- Dia 20 do ano de 1957, foi inaugurado o Hipódromo Linneo de Paula Machado, que fica no Bairro do Jockey Clube de Campos.

- Dia 21 do ano de 1906, foi fundado o Clube de Regatas Saldanha da Gama, onde funcionou a primeira piscina para os associados e ficava na Beira-Rio, entre as ruas Santos Dumont e Barão de Cotegipe (hoje Governador Teothônio Ferreira de Araújo).

- Dia 22 do ano de 1893, foi fundada a Sociedade Musical Lira Guarani.

- Dia 26 do ano de 1855, as vítimas da epidemia de Cólera passaram a ser sepultadas no Cemitério Público (hoje Cemitério do Caju), pois os cemitérios das igrejas e o do Quimbira (hoje Faculdade de Medicina) já não comportavam mais sepultamentos. Até o fim do ano morreram 1.349 pessoas na cidade, 444 em Guarus e 42 escravos na Fazenda do Colégio.

- Dia 26 do ano de 1912, foi fundado o Campos Atlético Associação.

- Dia 26 do ano de 1945, foi instituída a “Semana Inglesa”, suspendendo o trabalho aos sábados, a partir do meio-dia.

- Dia 27 do ano de 1935, foi fundada a Escola Jesus Cristo.

ACONTECEU NO MÊS DE NOVEMBRO

- Dia 04 do ano de 1923, nasceu o poeta Almir Soares.

- Dia 11 do ano de 1934, foi inaugurada a Rádio Cultura de Campos.

- Dia 13 do ano de 1991, foi lançada pelo Prefeito Anthony Garotinho Matheus, a pedra fundamental para a construção do novo Teatro Trianon.

- Dia 14 do ano de 1939, a Cidade de Campos dos Goytacazes recebeu a visita dos escritores Gilberto Freire e de José Lins do Rego.

- Dia 16 do ano de 1964, foi o último dia de funcionamento dos Bondes em Campos dos Goytacazes. O bonde elétrico de nº 14, trafegou pela última vez em seu itinerário na linha Caju – Centro.

- Dia 20 do ano de 1839, o fazendeiro Antonio Figueiredo publicou no Jornal Monitor Campista, um anúncio de fuga de escravo com o nome de José, que tinha as iniciais “AF” marcadas nas nádegas. Essas letras eram as iniciais do nome de seu proprietário.

- Dia 20 do ano de 1891, veio a Campos dos Goytacazes para fazer apresentações, o grande maestro Carlos Gomes.

- Dia 22 do ano de 1880, foi fundado o Liceu de Humanidades de Campos.

- Dia 22 do ano de 1941, foi fundado pelo maestro Newton Perissé Duarte o Orfeão de Santa Cecília.

- Dia 23 do ano de 1878, foi inaugurada a Usina Barcelos, fato que contou com a presença ilustre do Imperador D. Pedro II.

- Dia 24 do ano de 1891, nasceu o atleta do remo, grande destaque em nossa região, de nome Juvenal Chagas.

- Dia 24 do ano de 1963, foi inaugurado o Hospital dos Plantadores de Cana, que nos presta grandes serviços até hoje.

- Dia 30 do ano de 1912, nasceu o grande jornalista e brilhante administrador do Jornal Monitor Campista, Oswaldo Lima.

- Dia 30 do ano de 1955, foi fundado o Tênis Clube de Campos, na antiga Rua São Bento, e que ficou conhecido pela sociedade com o “Clube da Raquete”.



ACONTECEU NO MÊS DE DEZEMBRO



- Dia 02 do ano de 1869, foi inaugurada a Linha Telegráfica de Campos ao Rio de Janeiro.



- Dia 05 do ano de 1926, foram introduzidos os pardais em Campos dos Goytacazes, através de 4 casais destes pássaros, soltos nos jardins da Sociedade Portuguesa de Beneficência (hoje Beneficência Portuguesa).



- Dia 06 do ano de 1864, Nasceu o deputado federal, prefeito de Campos dos Goytacazes e de Niterói, o Sr. Benedito Gonçalves Pereira Nunes.



- Dia 08 do ano de 1633, foi construído em Campo Limpo o primeiro curral para a criação de gado, para ali trazidos pelos Sete Capitães, sob a guarda do índio Valério Corsuga. Em torno deste curral se iniciara o povoamento da planície goitacá.



- Dia 09 do ano de 1954, foi lançado o jornal “Correio de Campos” com circulação às segundas-feiras.



- Dia 10 do ano de 1760, morreu aos 85 anos de idade, a Srª Benta Pereira de Sousa, tendo o seu corpo sido enterrado no Solar do Colégio.



- Dia 15 do ano de 1919, a Cidade de Campos dos Goytacazes ainda enfrentava, desde o dia 15 de outubro, o surto da gripe espanhola, que já havia vitimado em torno de 419 pessoas na cidade e em Guarus.



- Dia 17 do ano de 1937, presença marcante de Carmem Miranda, sua irmã Aurora Miranda e os cantores Sílvio Caldas e Almirante se apresentaram no Teatro Trianon, completamente lotado.



- Dia 18 do ano de 1956, foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica.



- Dia 19 do ano de 1839, o vereador Andrade pede à Câmara a compra de camelos do Egito para o transporte de cargas, por serem animais de muita força e resistência.



- Dia 20 do ano de 1879, nasceu o médico, orador e grande poeta Álvaro de Barros.



- Dia 22 do ano de 1903, nasceu a pianista, compositora e primeira maestrina da América do Sul, a Srª Joanídia Sodré.



- Dia 24 do ano de 1935, foi fundado o Sindicato dos Rodoviários de Campos dos Goytacazes.



- Dia 24 do ano de 1943, morreu de febre tifo, contando 33 anos de idade, o Dr. Philippe Uébe.

Dica de livros

  • Revista da Academia Campista de Letras / Edição Junho/2008
  • Revista Almanaque de Campos / Edição 2009
  • Qual é a tua obra - Mario Sergio Cortella
  • Pequenas histórias verídicas sobre Campos dos Goytacazes
  • O menino e o palacete - Tieres Martins
  • Carukango - O príncipe dos escravos/autor: Hélvio Gomes Cordeiro/2009
  • A História Viva da Morada dos Mortos/autor: Hélvio Gomes Cordeiro/2009