Seguindo a programação da 15ª Semana Nacional dos Museus — promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) —, o Museu Histórico de Campos (MHC) abre a exposição temporária “Roda dos Expostos — Os Filhos do Abandono”, nesta terça-feira (16). Para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio), o Ibram sugere um tema conjunto para os mais de mil museus participantes espalhados pelo país. Na edição de 2017, o instituto escolheu "Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus".
Por isso, a direção do MHC optou por narrar o abandono de crianças na roda dos expostos, que era um cilindro de madeira colocado nos conventos e casas de misericórdia para receber crianças abandonadas. Em Campos, até o início do século XX, o instrumento ficava na Santa Casa de Misericórdia, que funcionava na região central, onde atualmente há um centro comercial em frente à praça Quatro Jornadas.
— É uma parte da história pouco contada em Campos. Geralmente, essas rodas ficavam nas capitais, mas, na época, existia uma na Vila de São Salvador, por causa da sua importância. As pessoas colocavam a criança do lado de fora do prédio, e a Santa Casa recebia na parte interna. Na Santa Casa, a criança recebia um nome, caso ainda não tivesse, e era criada na maioria dos casos — conta Graziela Escocard, gerente do Museu Histórico e responsável pela pesquisa.
Na exposição, será possível ver fotos da época, além de uma roda de expostos e de livros de registros da entrada das crianças. A atração fica no Museu Histórico até o dia 28 de julho. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. A entrada é gratuita.
— A história será contada seguindo uma ordem cronológica, desde a chegada da roda na Vila de São Salvador, por volta de 1819, até a sua retirada no século XX. É um assunto triste, por se tratar do abandono de crianças, mas faz parte da história de Campos e, por isso, tem que ser revelada — disse Graziela Escocard.
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