sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Carta Aberta dos alunos da UFF, solicitando divulgação da precariedade e do sucateamento da universidade pública.
CARTA ABERTA


Em função da precariedade e do sucateamento da universidade pública na atual conjuntura nacional e entendendo a educação como um direito que deve ser garantido pelo Estado, nós estudantes do Pólo de Campos dos Goytacazes da UFF, vimos através deste documento público colocar nossa indignação em relação à forma como o governo federal vem tratando a expansão das universidades federais.
Atualmente estamos vivenciando as seqüelas produzidas pelo Reuni, que no seu processo de implantação não nos garantiu os mínimos necessários para o funcionamento qualificado da instituição, uma vez que estamos há 3 anos esperando a licitação para o início das obras do novo prédio e permanecemos estudando em módulos metálicos alugados que justificam a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada. Além disso, tivemos os concursos públicos para professores e técnicos suspensos (o que justificou a abertura de vagas temporárias, que não garantem a realização de pesquisa e extensão e ainda nem foram efetivadas). A presente conjuntura acaba por produzir situações insustentáveis, tais como: disciplinas e turmas sem professor; salas de aula superlotadas; ausência de espaço físico para estudo, pesquisa, extensão e demais atividades acadêmicas; professores e funcionários com atividades acumuladas; assistência estudantil desproporcional ao número de estudantes que entram na universidade.
Como se não fosse suficiente todo o quadro deplorável no qual estamos colocados, ainda contamos (nos três últimos meses) com a greve dos técnicos administrativos, que além das questões apresentadas, ainda lutam, coerentemente, por reajustes salariais. Esse agravante, em função da inércia e insensibilidade do poder público, tem gerado a suspensão de atividades essenciais como as secretarias e a biblioteca. Como resposta, o governo prefere judicializar as demandas justas dos funcionários (obrigando-os à voltar com 50% das atividades) a negociar politicamente suas questões.
Posto isso, chegamos coletivamente a conclusão de que a Universidade Federal Fluminense no Pólo de Campos dos Goytacazes não dispõe das condições básicas para continuar funcionando e, portanto, resolvemos organizar um movimento de paralisação durante a próxima semana (19/09 à 23/09) na tentativa de somar forças com técnicos e professores, buscando chamar a atenção do governo Dilma e da Reitoria (descompromissada com a interiorização) para que assumam seu compromisso social com a educação pública, gratuita e de qualidade. Educação esta, que nós, alunos do PUCG, ainda não experimentamos.

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