terça-feira, 28 de julho de 2009

ENTRE CINZAS UMA HISTÓRIA CENTENÁRIA

Por volta de 1870, o músico João Batista e mais alguns colegas resolveram criar a Lira de Apolo inicialmente, a lira funcionou na Rua da Quitanda, nº. 34 atual Rua Governador Thetonio Ferreira de Araújo, depois passou a funcionar na Avenida Alberto Torres e no início do século os músicos compraram na Praça São Salvador, um terreno onde hoje é a “Papelaria Festival”, e a “Padaria Rainha do Pão Quente”.
Sem dinheiro para iniciar a obra, eles resolveram vender por cinco mil réis, o terreno onde hoje é a “Festival” para começar o prédio.
A Lira de Apolo é a banda mais antiga de Campos e a terceira do Estado do Rio de Janeiro.
Os músicos de madrugada quando terminavam suas funções, iam para as margens do rio Paraíba do Sul, onde havia um porto próximo a Praça das Quatro Jornadas para pegar escondido da polícia pedras e ferros da Leopoldina, para então fazer a base da Lira de Apolo.
Até que em 1912 eles inauguraram a sede. Um prédio imponente, em estilo neoclássico, de dois pavimentos, com um portão de ferro, confeccionado exclusivamente para a Lira. Na sacada do prédio, foi colocado um mastro com um sol, que passou a ser o símbolo da lira.
Apolo na mitologia grega representa o Deus da Música.
Daí para frente os salões imponentes da Lira passaram a ser um cartão de visita para o município. Todas as terças e sextas-feiras eram abertas para ensaio e para ensino de música entre jovens. A lira foi uma banda ligada ao Tiro de Guerra, saía pelas ruas convocando o público para a Guerra do Paraguai. Os músicos da lira também foram convidados para ir ao Rio de Janeiro, tocar na volta do Presidente da República João Goulart. E em Campos, tocou na visita do Presidente Getúlio Vargas, quando esteve aqui pela última vez.
O incêndio da Lira de Apolo continua sendo um mistério, o prédio naquela época acabara de passar por uma reforma na parte elétrica. Os bombeiros teriam identificado a causa do incêndio como um curto-circuito próximo ao armário onde eram guardados os uniformes de gala.
O incêndio ocorreu por volta das 8:00 horas do dia 19 de novembro do ano de 1990 (a exatamente 19 anos). Cerca de 60 instrumentos musicais, seis uniformes de gala, e todo o arquivo de partituras foram queimados. O prejuízo com os instrumentos chegou na época a R$ 100 mil.
Atualmente a Banda Lira de Apolo ensaia no interior do prédio, que aguarda por ser restaurado e reformado.
Nós do Instituto Historiar torcemos para que esse prédio que guarda uma história centenária seja o mais breve possível restaurado.






Pesquisa e texto: Leandro Lima Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fotos: Acervo do Instituto Historiar e Wellington Cordeiro (colaborador).

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