sábado, 15 de novembro de 2008

Largo João Renne

O Largo João Renne como ficou conhecido, confluência da Avenida Sete de Setembro, Rua Santos Dumont e Boulevard Francisco de Paula Carneiro, antigo logradouro do chamado “centro da cidade”. Um dos primeiro prédios centrais de Campos dos Goytacazes, onde funcionava uma relojoaria pertencente ao Sr. João Renne, nome também usado para identificar o estabelecimento. Privilegiado por sua excelente localização, era facilmente notado por quem passava de bonde, que na ocasião ainda era puxado à tração animal (burro), ou por quem passava pela calçada, se encantando com as jóias expostas na vitrine. Conta o pesquisador Hélvio Cordeiro, que jóias eram fabricadas pelos artesãos que trabalhavam no estabelecimento, onde atendiam também sob encomendas (segundo pesquisa no Jornal Monitor Campista). O comércio de Campos era muito intenso visto que neste período tinha em grande atividade, as fazendas, as indústrias açucareiras, a Fábrica de Tecido, o tráfego portuário no Rio Paraíba, que movimentava a economia das regiões vizinhas, as fundições e pequenas fábricas. Hélvio conta também que, em uma de suas pesquisas, achou um interessante fato, dizendo que a Câmara Municipal fez uma encomenda de algumas medalhas de ‘Honra ao Mérito’ para serem confeccionadas no estabelecimento, onde ficaram expostas durante algum tempo.
Segundo a história, na época da escravidão, os escravos eram acorrentados ao tronco de pedra (pelourinho) e eram açoitados até a morte. O Pelourinho existente, construído pela prefeitura, registra como era cruel o sofrimento dos escravos. Anos depois, foi construído um prédio com três andares que funciona até os dias de hoje para fins comerciais. Comprado pelo deputado estadual Simão Mansur, hoje administrado pelos herdeiros.
Imponente, a construção que testemunhou algumas das principais transformações da cidade de Campos, parece ter saído vitoriosa de duros embates com o tempo, apesar da necessidade de restauração. Suas janelas um dia se abriram para acontecimentos que mudariam para sempre os destinos da cidade, como a inauguração da luz elétrica. Suas paredes emolduram um passado distante e até hoje servem de referência para várias gerações de campistas.

Joalheria Renne

Largo João Renne

Texto: Enockes Cavalar (membro do Instituto Historiar)
Fotos: Acervo fotográfico do Instituto Historiar.

3 comentários:

  1. Fico grato em saber que meu bisavô ainda é lembrado!
    George Alvarez - Rio de Janeiro

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  2. Mª Auxiliadora Martins1 de janeiro de 2024 às 21:42

    Minha avó Angelina Renne Martins era filha (natural) de João Renne e foi uma das herdeiras dele.

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    1. Oi Maria Auxiliadora! Gostaria de entrar em contato com voce, sou bisneto do Joao Renne me liga 21 97247-1947 - George Alvarez. Obrigado!

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