Por volta de 1880 e 1881, apareceu o Engenho Central de Santo Antônio, que pertencia ao Barão de Carapebus (Dr. Joaquim Pinto Neto dos Reis) que morava no Solar do Beco (hoje Asilo do Carmo). Ocupava uma grande extensão de terra próximo do Bairro do Beco. Nesta época, pequenos engenhos eram chamados de “Usines”. Engenho era uma palavra importada do nordeste brasileiro. Com a introdução de propostas inovadoras por parte dos franceses, que passaram a oferecer equipamentos compactos e uma homogeneidade que o engenho central não possuía, facilitando dimensões e tamanhos para uma fábrica que exigia capital bem menor, surgiram oportunidades novas para a montagem de fábricas mais atualizadas comparando-se com os engenhos centrais modestos entre 1870/1880 e, com este incentivo dos franceses começou a surgir os donos de usinas, ou sejam os usineiros. Alguns engenhos a vapor podiam alterar seus maquinários e se transformar em “Usines” e não estavam dependentes do governo central e seus empréstimos. Com isso se formou duas correntes. As dos engenhos centrais e as das “Usines” que com o tempo passaram a ser chamadas de usinas. O governo central estabeleceu limites e quotas de empréstimos de acordo com as províncias e, por volta de 1889, não existindo mais escravos e a República, apesar de dar sequência aos processos de engenhos centrais, encerrava as vantagens. A grande diferença entre engenho central e a usina, estava em que esta possuía canaviais próprios enquanto a usina só podia trabalhar com canas de fornecedores. Como Usina Santo Antônio, entre 1900/1905 a produção foi de 480.000Kg de açúcar e 160.000 litros de aguardente. Por culpa de períodos de seca em 1917, a usina Santo Antônio teve uma produção de 12.000 sacos de açúcar de 60kg e substituía o aguardente por álcool, fabricando 60.000 litros. De 1929 até 1934 teve as seguintes safras de açúcar: 64.235 – 59.053 – 61.560 – 41.650 e 47.205 sacos de 60kg. No Anuário Açucareiro de 1935, do I.A.A (Instituto do Açúcar e do Álcool) constava como donos da Usina Santo Antônio a Companhia Industrial Agrícola Usina Santo Antônio, pertencente a um grupo de sócios, liderados pelo Sr. Tarcísio D’Almeida Miranda, nascido no Bairro do Beco. Superando várias crises e grandes dificuldades, a Usina Santo Antonio continuava mantendo sua produção, como em 1940/41, 67.338 e, em 1970/71 pulou para 186.656 sacos de 60kg. Com a morte do Senador Tarcísio Miranda em 1958, assume o seu lugar o filho Osvaldo Miranda. O Governo com o mercado internacional francamente favorável e o IAA com 1 bilhão de dólares em caixa, a eliminação de pequenas fábricas antieconômicas e a possibilidade de uma modernização do parque industrial, sacudiu o Brasil inteiro. Negócios de compra e venda de usinas se realizaram do dia para a noite. Sociedades anônimas aceitavam propostas mirabolantes. Parece que a dinheirama era fácil de conseguir. Para o Instituto do Açúcar e do Álcool, bastaria um projeto conduzido dentro das normas da “nova safra” de economistas recém chegados dos EEUU. De açúcar, de tradição, de história, não era preciso, nem conhecimento, quanto mais argumentos. O IAA estava topando qualquer negócio. Tal fato ficou patente quando após os primeiros dez projetos de fusão, o IAA achou que fundir duas usinas e daí fazer uma nova era a mesma coisa que permitir fazer uma usina nova de grande tamanho, desde que uma fosse colocada ao lado da outra, ou que estivesse bem próxima. Foi assim que iriam desaparecer em 1978 as usinas: Porto Real, Laranjeiras, Santo Antônio, Tanguá, Santa Luiza. Cambaíba que comprou Santo Antônio e Laranjeiras e construiu uma usina nova ao lado da antiga criando um parque açucareiro que em 1980 estaria em condições de produzir 25 milhões de sacos de açúcar. Com o desenvolvimento de muda produzida na Estação Experimental de Campos, a CB-45-3, que tinha muito mais resistência às pragas e grande potencial de sacarose, muda esta que se espalhou pelo Brasil inteiro. O Brasil moderno avançou como uma avalanche em Campos dos Goytacazes e foi uma realidade enquanto houve dinheiro sobrando e crises para administrar. Com o tempo veio o que podemos chamar “os tempos da verdade” e o que aconteceu a partir de anos atrás, virou “sonho de uma noite de verão”. O Brasil se intoxicava no açúcar e começava a se embriagar no álcool. Em Campos as usinas cooperadas não estavam produzindo nem para pagar os empréstimos em dólares. Começava o tempo de não se pagar as dívidas do Governo tais como o INPS, o IPI e o IR, impostos que sangravam as usinas. E isso começava a acontecer porque a região se atolava em baixíssimos rendimentos. A produção caía assustadoramente e não conseguia se erguer. Das 27 usinas anteriores, em 1976 restavam no Município de Campos dos Goytacazes apenas 12 usinas a saber: Cambaíba, Cupim, Novo Horizonte, Outeiro, Paraíso, Queimado, Santa Cruz, Santo Amaro, Santo Antônio, São João, São José e Sapucaia. No ano de 1976 a Usina Santo Antônio fez a sua última safra. O parque açucareiro campista disfarçava a sua crise. É natural que algumas unidades conseguiam se equilibrar melhor que outras. Mas tinha usineiro vendendo seu patrimônio e outros que andavam querendo sair do negócio. Só que era assunto de corredores e em circuito fechado para não espantar seus eventuais compradores. Foi assim que fechou Santo Antônio e outras.
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FONTES DE PESQUISAS:
“O Ciclo do Açúcar em Campos” (1995 – Jorge Renato Pereira Pinto);
“Gente Que é Nome de Rua” (Volume I – 1985 – Waldir Pinto de Carvalho)
“Campos Depois do Centenário” (Volume III – 2000 – Waldir Pinto de Carvalho)
“Coluna Memórias” (Jornal Monitor Campista – Leandro Lima Cordeiro)
PESQUISA: Hélvio Gomes Cordeiro
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FONTES DE PESQUISAS:
“O Ciclo do Açúcar em Campos” (1995 – Jorge Renato Pereira Pinto);
“Gente Que é Nome de Rua” (Volume I – 1985 – Waldir Pinto de Carvalho)
“Campos Depois do Centenário” (Volume III – 2000 – Waldir Pinto de Carvalho)
“Coluna Memórias” (Jornal Monitor Campista – Leandro Lima Cordeiro)
PESQUISA: Hélvio Gomes Cordeiro
Fotos: Acervo do Instituto Historiar.
E uma linda trajetória aliás foi .desde o princípio da usina até o final. Do primeiro ao último dono . Obrigado por conta essa fantástica santo antonio
ResponderExcluirboa noite.viajo nestas leituras lindas dos trabalhos das conquistas de lutas,vitórias... onde tive o prazer de conhecer conviver ouvir tantos assuntos de meu querido tio Valdir Pinto de Carvalho sobre seus livros tenho toda coleção quardo com muito amor.lindas lembranças.Edineia Dias Pereira.
ResponderExcluirBoa noite!
ResponderExcluirMeu pai paulo de Souza Ribeiro trabalhou por muitos anos com a função de eletrecista na Usina santo antonio do beco. Em Campos dos Goytacazes.RJ TINHAMOS MUOTAS FOTOS MAS INFELISMENTE ELAS SE PERDERAM.
ALGUEM TERIA FOTOS DA USINA SANTO ANTONIO DO BECO
Oi sou sua irmã, filha de Paulo de Souza Ribeiro e neta de Manoel moço e Maria dos passos Ribeiro de Souza.
ExcluirA família da minha mãe é de Campos de Goytacazes. Meu avô António Nogueira, trabalhou muito tempo,a partir de 1945, na Usina Santo António!Adorei as informações!
ResponderExcluirOlá. Faço parte da família de Tarcísio Miranda.
ResponderExcluirBoa noite sou neta de Joaquim Almeida que trabalhou na usina Santo Antônio de Campos do Goytacazes, por 50 anos. Se alguém tiver fotos. só me chamar.
ResponderExcluirMeu avô paterno, José Gomes Oliveira ou mais conhecido como Epifânio José Oliveira trabalhou na Usina Santa Maria em Campos dos Goytacazes e tb em alguma usina em Palmare/PE antes de se mudar para o RJ. Estou pesquisando fotos e docs.
ResponderExcluirBoa noite, sou neta de Manoel moço e filha de Paulo de Souza Ribeiro da conhecida família dos gambá. Meu avô assim como o meu pai e tios, trabalhou durante anos na usina santo Antônio e na usina cambaiba, moramos durante décadas no bairro santo Antônio mais conhecido como Beco, tenho boas lembranças e saudades.
ResponderExcluirOlá....pesquiso minha árvore genealógica em Campos dos Goytacazes. Meu tataravô se chamava José Ribeiro Moço. Mesmo sobrenome do seu avô. Se tiver alguma informação escreva para meu e-mail romulomacari@gmail.com
ExcluirJá trabalhei na usina Santo Antônio entre 1986 a 1994
ResponderExcluirEu cuidei dos filhos dos donos como Clézio Balbo e Jairo Balbo e trabalhei com Nelson Balbo também no escritório como Office bois
ResponderExcluirMorava na usina n colónia as casas era muito boa não sei se tem ainda hoje mas era muito bom tinha até escola e um campo lá joguei muita bola lá
ResponderExcluirNão tem mais casa nenhuma dentro das terras da usina, restaram algumas atrás do campo do Beco.
ExcluirFaso parte da família brustello
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