sábado, 30 de janeiro de 2010

JOSÉ DO PATROCÍNIO

O conjunto de estátuas em homenagem à Abolição foi instalado em 2003, por sugestão de Antonio Roberto Fernandes, de Jorge Renato Pereira Pinto e de Vilmar Rangel, em frente ao Palácio da Cultura, que também é próximo ao Pantheon dos Heróis Campistas, onde estão os restos mortais de José do Patrocínio e, absurdamente, diga-se de passagem, foi transferido para a Avenida Alberto Torres, na antiga “Fatia de Queijo” ou Praça do Canhão. Até agora, ninguém explicou direito o porquê da mudança, que fato histórico poderia justificá-la. Um descaso com a cultura!
A cena escultórica foi criação do talentoso artista paraibano Joás Pereira dos Passos (o mesmo que esculpiu, entre outras obras, o Noel Rosa, em Vila Isabel). Com certeza a medida não agradaria nem um pouco ao poeta Antonio Roberto Fernandes, que se empenhou ao máximo para a instalação das estátuas no local. A pergunta que não quer calar é: “Até quando o nosso ‘Tigre da Abolição’ vai continuar sob a ameaça do canhão na Praça Galvão Batista, ou para quem não sabe a Praça do Canhão”?
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JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO: Foi um grande vulto, conhecido por sua luta contra a escravidão e chamado “Tigre da Abolição”. Era farmacêutico, acadêmico, jornalista, orador e romancista. Nasceu em Campos dos Goytacazes em 09 de outubro de 1853, filho do padre João Carlos Monteiro e da quitandeira da Praça das Verduras, Justina Maria do Espírito Santo. Escreveu: “Mota Coqueiro ou a pena de morte”, “Os Retirantes” e “Pedro Espanhol”. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e um dos mais árduos defensores da abolição da escravatura no Brasil. Nasceu e, por um bom tempo, viveu em um casarão em frente à Igreja da Matriz (hoje Catedral Diocesana), antiga residência do padre e depois Vigário João Carlos, prédio que foi demolido para abrigar o IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool). Foi casado com a Srª Maria Henriqueta Sena, e morreu em 30 de janeiro de 1905. Seus restos mortais, junto com o de sua esposa, encontram-se no “Panteão dos Heróis Campistas”, na Praça da Bandeira, anexo à Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.






Texto: Hélvio Gomes Cordeiro.
Fotos: Leandro Lima Cordeiro e acervo do Instituto Historiar.

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