Dizia ele sempre aos amigos: - De samba, posso dizer que conheço tudo. Como poucos!
Na realidade, Athayde Dias (nascido em 04 de julho de 1924 e falecido em 08 de fevereiro de 1989; filho de Maria das Dores e Manoel Dias) sempre foi um grande admirador das inventivas de um Noel Rosa, um Wilson Batista, além das gingas de Jorge Veiga (conhecido como o Caricaturista do Samba) e Moreira da Silva, o “Kid Morengueira” (o Rei do Samba-de-Breque).
Juntando tudo isso aos seus dons naturais de percussionista, ainda mais a uma maneira malemolente de cantar, e com uma voz encorpada, Athayde Dias foi, aos poucos, deixando o fundo do palco (como baterista, participou das Orquestras Pan-americana e de Cícero Ferreira) e garantindo um maior espaço, se destacando no palco, em frente ao microfone. Junto com Jair Brito, (outro sambista que fez fama por aqui, nos anos 50), chegou a compor um dueto que deu o que falar. Tanto que, nos badalados programas de Bueno Braga, Newton Fonseca, Ernon Vianna, Andral Tavares e Pereira Junior (“Um Castelo no Espaço”), partiam ora para o desafio puro e simples, ora faziam um jogo de frases capaz de arrancar gargalhadas do ouvinte pelas situações cômicas ali vividas. Porém, foi com a música “Escureceu” (composição de Talismã e Edmundo Andrade) que conheceu o sucesso definitivamente, pela maneira desconcertante e hilária de cantar. Ainda mais porque o samba se prestava a todo o tipo de improvisação e coreografias, onde o “Bom Crioulo” fazia as pessoas que o assistia chegarem às lágrimas, de tanto riso.
Com a explosão de “Escureceu”, Athayde Dias não só fez a delícia dos auditórios da Rádio Cultura local, na década de 50, como ganhou a principal premiação do programa “A Grande Chance”, na TV Tupi. E, logo depois, por volta de 1973, partiu para gravar um disco só de sambas, além de se exibir na TV (programas de Flávio Cavalcanti e no de Bibi Ferreira) e excursionar pelo Brasil e pela Europa, fazendo grande sucesso em Portugal.
Escolhido pela Prefeitura Municipal de Campos, em concurso promovido nos anos 60, como o ‘Cidadão Samba de Campos’, Athayde Dias prestou também sua inestimável colaboração a várias instituições carnavalescas de nossa cidade.
A que mais deixou a sua marca foi, inegavelmente a “Amigos da Farra”, Escola de Samba campeã de vários carnavais na década de 60, e que tinha em Athayde a sua maior expressão.
Até perto de morrer, aos 65 anos de idade, Athayde Dias (que era casado com Hilda Gomes, conhecida como dona Zizi, com quem teve um único filho: Altair Gomes Dias, também já falecido) ainda gostava de se exibir em um show, ou então, exclusivamente para os amigos. Vez por outra, mostrava por aí todo o seu trejeito singular de interpretar. Como no festejado show que apresentou com imenso sucesso no Teatro de Bolso, com o inusitado nome de “Athayde and the Jaboticaba’s”, ao lado de passistas e ritmistas das Escolas de Samba que o consagraram, com toda a justiça, como o eterno Cidadão Samba de Campos.
Texto: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar)
Foto: Wellington Cordeiro (colaborador).
O Athaide Dias era muito conhecido em Campos. Há um CIEP em Campos dos Goytacazes com o seu nome. Não só com "Escureceu" seu sucesso absoluto, ganhou a Grande Chance e também interpretou Mulher tentação, Embrulho mal feito e Baiano não é palhaço.
ResponderExcluirHoje, nem sei bem porque, pesquisando sobre Sebastião Mota, cheguei até aqui e encontrei ilustres campistas. Parabéns...
Oi boa tarde eu sou neta dele e gostaria de resgatar algumas das memórias dele alguém poderia me ajudar?
ExcluirMuito bom, sou campista e conheci o ataide nos doze bilhares como engraxar, gostaria de ver mais algumas músicas por ele gravada pois vou regravado no pen drive, paulo pessanha.
ResponderExcluirOnde encontro a música dele!!!
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