JOSÉ DE RIBAMAR DE ARAÚJO COSTA
(DESDE 1965, JOSÉ SARNEY)
Nasceu no dia 24 de abril de 1930, em Pinheiro, Maranhão. Filho de Sarney de Araújo Costa e de Kyola Ferreira de Araújo Costa. José Sarney iniciou o processo de alfabetização em São Bento. Ele e o irmão Evandro receberam aulas particulares com a rigorosa professora dona Cota, madrinha de sua mãe. Quando ele completou 06 anos, a família mudou-se para São Luís, onde os estudos continuaram sob a direção da professora Arcelina Mochel, cujo apelido era “Mãezinha”. A família voltou a residir em São Bento, mas o ensino nas escolas do interior limitava-se ao primário, obrigando Sarney a deixar a pequena cidade para ir sozinho estudar em São Luís. Lá, em 1941, prestou o exame de admissão e foi aprovado no Colégio Marista, onde fez o ginásio. Foi morar com um primo de seu pai e, mais tarde, mudou-se para o pensionato de dona Rosilda Penha, mas a dificuldade financeira o obrigou a se alojar novamente na casa de parentes. Sarney completou o curso secundário no Liceu Maranhense, onde editou o jornal “Folha do Estudante”. Ingressou na Faculdade de Direito do Maranhão, onde participou do Diretório Acadêmico como presidente, e bacharelou-se em 1953. Casou-se em 12 de julho de 1952, com a Srª Marly de Pádua Macieira e tiveram três filhos: Roseana Sarney, Fernando José Sarney e José Sarney Filho. Desde os 15 anos, José Sarney já ensaiava sua participação na vida política do país, quando se filiou a UDN e entrou para a juventude brigadeirista do partido. Em 1947, aos 17 anos, o grupo dos Diários Associados abriu concurso para repórter no Maranhão. Sarney ganhou e foi contratado pelo jornal “O Imparcial”. Começou no setor policial, onde atuou por dois anos e, em 1950 tornou-se diretor do suplemento ‘Letras e Artes’. Fundou a revista “A Ilha” e trabalhou como redator de vários periódicos da região. Em 1952, aos 22 anos, José Sarney publicou seu primeiro livro, “Canção inicial”, e tornou-se membro da Academia Maranhense de Letras. Em 1953, candidatou-se a deputado federal, mas perdeu e ficou como suplente. Em 1955, com a morte do deputado eleito, Sarney assume a cadeira na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro. Em 1956, tornou-se colaborador do ‘Jornal do Brasil’ e das revistas ‘Senhor’ e ‘O Cruzeiro’, passando a lecionar também na Universidade Católica do Maranhão. Em 1958, tornou-se deputado federal pela UDN, tornando-se o vice-líder da Câmara, aos 28 anos de idade. Em 1961 assumiu a vice-presidência do diretório regional da UDN no Maranhão. Foi eleito em 1965, governador do Maranhão com uma votação inédita no Estado. Foi a última eleição direta antes do AI-2, que extinguiu os partidos políticos e estabeleceu o bipartidarismo. Sarney filiou-se à Arena. Em 1970 publicou seu primeiro livro de contos: “Norte das Águas”. Deixou o governo do Estado para tentar uma vaga no Senado Federal, onde se elegeu, assumindo em 1971. Em 1978 foi reeleito e, em 1979, assumiu a presidência do diretório regional da Arena. Quando a nova Lei Orgânica reinstaurou o pluripartidarismo no país, o seu partido, a Arena, se transformou no Partido Democrático Social (PDS), tendo Sarney como presidente. Em 1980, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 38. Em 1984, foi criada a Aliança Democrática, com Tancredo Neves como candidato do PMDB à Presidência da República, e José Sarney como candidato a vice. Em 15 de janeiro de 1985, a eleição deu a vitória a Tancredo Neves e José Sarney, por eleição indireta. Fortes dores abdominais levaram Tancredo Neves a uma internação de emergência 14 dias antes da posse. Como o Presidente João Figueiredo relutasse em entregar a faixa de Presidente para Sarney, em mobilização espetacular, Ulisses Guimarães conseguiu que o Vice-Presidente assumisse no lugar do Presidente, que estava impossibilitado. No dia 15 de março, Sarney tomou posse na Presidência da República, dando posse ao Ministério escolhido por Tancredo Neves, tendo Sarney, logo após a morte de Tancredo Neves, substituído o Ministério. Em maio de 1985, uma emenda constitucional restabeleceu autonomia política dos municípios considerados ‘área de segurança nacional’. Ela ainda concedeu o direito de voto aos analfabetos e aos jovens maiores de 16 anos. Na área econômica, o Brasil vivia período de retomada das exportações. A dívida externa era um grande problema. A inflação alcançou 223,8% em 1984 e 235,5% em 1985. Em 1986, José Sarney lançou o “Plano Cruzado”, que substituiu o Cruzeiro pelo Cruzado, na proporção de 1.000 para 1, e extinguiu a correção monetária, congelou os preços, a taxa de câmbio e os aluguéis. Os salários dos trabalhadores foram ajustados pela média dos últimos seis meses e tiveram abono de 8%. O plano econômico conseguiu conter de imediato a inflação e aumentar o poder aquisitivo da população. Logo após as eleições, o governo lançou o “Plano Cruzado II”, que liberou os preços de produtos, serviços e aluguéis. Houve reajuste das tarifas públicas e dos impostos indiretos. Os cálculos da inflação passaram a basear-se nos gastos das famílias com renda até cinco salários-mínimos. Houve aumento generalizado de preços e a inflação disparou. Com todos estes problemas da economia, fez Sarney declarar moratória da dívida externa em 1987. Em junho, tentando diminuir o déficit público, o país adotou novas medidas que ficaram conhecidas como Plano Bresser. Esse Plano, além de congelar os preços, aluguéis e salários por três meses, eliminou o subsídio ao trigo e adiou obras já planejadas, como a Ferrovia Norte-Sul, o pólo petroquímico do Rio de Janeiro e o projeto do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo. Durante o governo de José Sarney foram deflagradas 12 mil greves e muitas manifestações de insatisfação da população. Em janeiro de 1988, o governo lançou o “Plano Cruzado Novo”, que congelou os preços, propôs privatização de diversas estatais, o corte nos gastos públicos e a exoneração de funcionários contratados nos últimos cinco anos, para diminuir os encargos da União com a folha de pagamento. As discussões para elaboração da nova Constituição, comandadas por Ulisses Guimarães tomaram um porte gigantesco, tamanho o volume de propostas e emendas em matérias antigas e novas que se pretendiam introduzir. Em setores como petróleo, telecomunicações, energia elétrica, portos e transportes rodoviários, a Carta manteve o monopólio do Estado. Posteriormente, foi necessária a aprovação de várias emendas constitucionais alterando esse quadro. Em março de 1990, o presidente Sarney passou a faixa a seu sucessor, Fernando Collor de Mello, que o atacara duramente toda a sua campanha eleitoral. Terminado o mandato presidencial, José Sarney se elegeu Senador em 1995, assumindo a presidência do Senado. Em 2001, depois de exames de rotina, licenciou-se do Senado para submeter-se a uma cirurgia. O Senador Sarney se restabeleceu, e hoje continua presidindo o Senado Federal. “[...] Eu estou com os olhos de ontem. E ainda prisioneiro de uma emoção que não se esgota. O Deus da minha fé, que me guardou a vida, quis que eu presidisse esta solenidade. [...] Na forma da Constituição Federal, assumi a Presidência da República, na impossibilidade de fazê-lo o senhor Presidente Tancredo de Almeida Neves, a quem tenho absoluta certeza que, dentro de poucos dias, entregarei o Governo na forma da Constituição e das leis, no desejo e vontade do povo brasileiro. [...] Os nossos compromissos, meus e dos senhores agora empossados, são os compromissos do nosso Líder, do nosso comandante, do grande estadista Tancredo Neves, nome que constitui a bandeira de união do País [...] Exerceremos os nossos deveres, eu e os senhores, como escravos da Constituição, das leis, do povo e dos compromissos da Aliança Democrática, compromissos estes que jamais abandonaremos. [...] Desejo a todos os senhores Ministros êxito em suas tarefas. [...]”
Nasceu no dia 24 de abril de 1930, em Pinheiro, Maranhão. Filho de Sarney de Araújo Costa e de Kyola Ferreira de Araújo Costa. José Sarney iniciou o processo de alfabetização em São Bento. Ele e o irmão Evandro receberam aulas particulares com a rigorosa professora dona Cota, madrinha de sua mãe. Quando ele completou 06 anos, a família mudou-se para São Luís, onde os estudos continuaram sob a direção da professora Arcelina Mochel, cujo apelido era “Mãezinha”. A família voltou a residir em São Bento, mas o ensino nas escolas do interior limitava-se ao primário, obrigando Sarney a deixar a pequena cidade para ir sozinho estudar em São Luís. Lá, em 1941, prestou o exame de admissão e foi aprovado no Colégio Marista, onde fez o ginásio. Foi morar com um primo de seu pai e, mais tarde, mudou-se para o pensionato de dona Rosilda Penha, mas a dificuldade financeira o obrigou a se alojar novamente na casa de parentes. Sarney completou o curso secundário no Liceu Maranhense, onde editou o jornal “Folha do Estudante”. Ingressou na Faculdade de Direito do Maranhão, onde participou do Diretório Acadêmico como presidente, e bacharelou-se em 1953. Casou-se em 12 de julho de 1952, com a Srª Marly de Pádua Macieira e tiveram três filhos: Roseana Sarney, Fernando José Sarney e José Sarney Filho. Desde os 15 anos, José Sarney já ensaiava sua participação na vida política do país, quando se filiou a UDN e entrou para a juventude brigadeirista do partido. Em 1947, aos 17 anos, o grupo dos Diários Associados abriu concurso para repórter no Maranhão. Sarney ganhou e foi contratado pelo jornal “O Imparcial”. Começou no setor policial, onde atuou por dois anos e, em 1950 tornou-se diretor do suplemento ‘Letras e Artes’. Fundou a revista “A Ilha” e trabalhou como redator de vários periódicos da região. Em 1952, aos 22 anos, José Sarney publicou seu primeiro livro, “Canção inicial”, e tornou-se membro da Academia Maranhense de Letras. Em 1953, candidatou-se a deputado federal, mas perdeu e ficou como suplente. Em 1955, com a morte do deputado eleito, Sarney assume a cadeira na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro. Em 1956, tornou-se colaborador do ‘Jornal do Brasil’ e das revistas ‘Senhor’ e ‘O Cruzeiro’, passando a lecionar também na Universidade Católica do Maranhão. Em 1958, tornou-se deputado federal pela UDN, tornando-se o vice-líder da Câmara, aos 28 anos de idade. Em 1961 assumiu a vice-presidência do diretório regional da UDN no Maranhão. Foi eleito em 1965, governador do Maranhão com uma votação inédita no Estado. Foi a última eleição direta antes do AI-2, que extinguiu os partidos políticos e estabeleceu o bipartidarismo. Sarney filiou-se à Arena. Em 1970 publicou seu primeiro livro de contos: “Norte das Águas”. Deixou o governo do Estado para tentar uma vaga no Senado Federal, onde se elegeu, assumindo em 1971. Em 1978 foi reeleito e, em 1979, assumiu a presidência do diretório regional da Arena. Quando a nova Lei Orgânica reinstaurou o pluripartidarismo no país, o seu partido, a Arena, se transformou no Partido Democrático Social (PDS), tendo Sarney como presidente. Em 1980, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 38. Em 1984, foi criada a Aliança Democrática, com Tancredo Neves como candidato do PMDB à Presidência da República, e José Sarney como candidato a vice. Em 15 de janeiro de 1985, a eleição deu a vitória a Tancredo Neves e José Sarney, por eleição indireta. Fortes dores abdominais levaram Tancredo Neves a uma internação de emergência 14 dias antes da posse. Como o Presidente João Figueiredo relutasse em entregar a faixa de Presidente para Sarney, em mobilização espetacular, Ulisses Guimarães conseguiu que o Vice-Presidente assumisse no lugar do Presidente, que estava impossibilitado. No dia 15 de março, Sarney tomou posse na Presidência da República, dando posse ao Ministério escolhido por Tancredo Neves, tendo Sarney, logo após a morte de Tancredo Neves, substituído o Ministério. Em maio de 1985, uma emenda constitucional restabeleceu autonomia política dos municípios considerados ‘área de segurança nacional’. Ela ainda concedeu o direito de voto aos analfabetos e aos jovens maiores de 16 anos. Na área econômica, o Brasil vivia período de retomada das exportações. A dívida externa era um grande problema. A inflação alcançou 223,8% em 1984 e 235,5% em 1985. Em 1986, José Sarney lançou o “Plano Cruzado”, que substituiu o Cruzeiro pelo Cruzado, na proporção de 1.000 para 1, e extinguiu a correção monetária, congelou os preços, a taxa de câmbio e os aluguéis. Os salários dos trabalhadores foram ajustados pela média dos últimos seis meses e tiveram abono de 8%. O plano econômico conseguiu conter de imediato a inflação e aumentar o poder aquisitivo da população. Logo após as eleições, o governo lançou o “Plano Cruzado II”, que liberou os preços de produtos, serviços e aluguéis. Houve reajuste das tarifas públicas e dos impostos indiretos. Os cálculos da inflação passaram a basear-se nos gastos das famílias com renda até cinco salários-mínimos. Houve aumento generalizado de preços e a inflação disparou. Com todos estes problemas da economia, fez Sarney declarar moratória da dívida externa em 1987. Em junho, tentando diminuir o déficit público, o país adotou novas medidas que ficaram conhecidas como Plano Bresser. Esse Plano, além de congelar os preços, aluguéis e salários por três meses, eliminou o subsídio ao trigo e adiou obras já planejadas, como a Ferrovia Norte-Sul, o pólo petroquímico do Rio de Janeiro e o projeto do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo. Durante o governo de José Sarney foram deflagradas 12 mil greves e muitas manifestações de insatisfação da população. Em janeiro de 1988, o governo lançou o “Plano Cruzado Novo”, que congelou os preços, propôs privatização de diversas estatais, o corte nos gastos públicos e a exoneração de funcionários contratados nos últimos cinco anos, para diminuir os encargos da União com a folha de pagamento. As discussões para elaboração da nova Constituição, comandadas por Ulisses Guimarães tomaram um porte gigantesco, tamanho o volume de propostas e emendas em matérias antigas e novas que se pretendiam introduzir. Em setores como petróleo, telecomunicações, energia elétrica, portos e transportes rodoviários, a Carta manteve o monopólio do Estado. Posteriormente, foi necessária a aprovação de várias emendas constitucionais alterando esse quadro. Em março de 1990, o presidente Sarney passou a faixa a seu sucessor, Fernando Collor de Mello, que o atacara duramente toda a sua campanha eleitoral. Terminado o mandato presidencial, José Sarney se elegeu Senador em 1995, assumindo a presidência do Senado. Em 2001, depois de exames de rotina, licenciou-se do Senado para submeter-se a uma cirurgia. O Senador Sarney se restabeleceu, e hoje continua presidindo o Senado Federal. “[...] Eu estou com os olhos de ontem. E ainda prisioneiro de uma emoção que não se esgota. O Deus da minha fé, que me guardou a vida, quis que eu presidisse esta solenidade. [...] Na forma da Constituição Federal, assumi a Presidência da República, na impossibilidade de fazê-lo o senhor Presidente Tancredo de Almeida Neves, a quem tenho absoluta certeza que, dentro de poucos dias, entregarei o Governo na forma da Constituição e das leis, no desejo e vontade do povo brasileiro. [...] Os nossos compromissos, meus e dos senhores agora empossados, são os compromissos do nosso Líder, do nosso comandante, do grande estadista Tancredo Neves, nome que constitui a bandeira de união do País [...] Exerceremos os nossos deveres, eu e os senhores, como escravos da Constituição, das leis, do povo e dos compromissos da Aliança Democrática, compromissos estes que jamais abandonaremos. [...] Desejo a todos os senhores Ministros êxito em suas tarefas. [...]”
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José Sarney
Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.
Oi Helvio, td bom?
ResponderExcluirFico feliz q a idéia que te dei naquela vez no arquivo tenha frutificado. PArabéns pelo trabalho!
Quando quiser visite o meu recém criado blog. www.sapientias.blogspot.com
abç
Jéssica