domingo, 3 de maio de 2009

Série Presidentes do Brasil

TANCREDO DE ALMEIDA NEVES
Nasceu no dia 04 de março de 1910, em São João Del Rey, Minas Gerais. Filho de Francisco de Paula Neves e de Antonina de Almeida Neves. Aos sete anos, Tancredo Neves foi matriculado no Grupo Escolar João dos Santos, em São João Del Rey, mostrando muita facilidade para aprender com a professora Maria de Lourdes Chagas. Aos 13 anos, Tancredo passou a estudar no Colégio Santo Antônio, preparando-se para a universidade. Em 1929, Tancredo ingressava no Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte, formando-se em 1932. Casou-se com Dona Risoleta Guimarães Tolentino Neves em 1938 e tiveram três filhos: Inês Maria, Maria do Carmo e Tancredo Augusto. A primeira atividade profissional de Tancredo Neves, quando ainda cursava o Colégio Santo Antônio, foi repórter policial. Quando se formou na Universidade foi nomeado promotor da comarca de São João Del Rey, cargo que exerceu até 1934. Filiou-se ao Partido Progressista e elegeu-se como vereador mais votado para a Câmara Municipal de São João Del Rey, sendo seu presidente de 1935 a 1937, tendo que fechar a Câmara por ordem do Estado Novo. Em 1938, já transferido para o Partido Nacionalista Mineiro, recusou o convite de Getúlio Vargas para ser chefe de polícia do Estado. Durante o período do Estado Novo, passou a exercer somente a função de advogado até 1945, quando se filiou ao Partido Social Democrático e, no ano seguinte foi eleito Deputado Estadual mais votado de Minas Gerais. Durante esse mandato foi relator-geral da Constituinte mineira e líder da bancada do PSD na Assembléia Legislativa. Em 1950 foi eleito Deputado Federal, integrou em 1951, a comissão de Transportes e Obras Públicas e de Justiça da Câmara dos Deputados e foi líder da Bancada mineira do PSD. Em 1953, trocou a cadeira de deputado pela pasta da Justiça do Ministério do segundo governo Getúlio Vargas. Durante o governo de Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves foi conselheiro político do Presidente, diretor e presidente interino do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico. Em 1958, a convite do governador mineiro, trocou os cargos federais pela Secretaria Estadual de Finanças em seu Estado. Quando João Goulart assumiu a Presidência, Tancredo Neves foi escolhido para a função de primeiro-ministro. Em 1962 deixou esse cargo para ser eleito à Câmara dos Deputados. Em 1963, foi líder do governo de João Goulart na Câmara. Em 1964, com a instauração do regime militar, renunciou à liderança da bancada, mas continuou a exercer o mandato. Em 1966, o Ato Institucional nº 02 extinguiu os partidos políticos existentes e impôs o bipartidarismo: a Arena que era o partido da situação, e o MDB que era o da oposição, no qual ficou Tancredo Neves. Reeleito Deputado Federal nas eleições de 1966, 1970 e 1974. Em 1978, na condição de líder da bancada do MDB na Câmara Federal, foi lançado candidato ao Senado, sendo eleito. Em 1979, com o final do bipartidarismo e com a redemocratização, Tancredo articulou a criação do Partido Popular (PP), tendo esse partido, porém, vida curta, tendo Tancredo Neves feito uma fusão desse partido com o PMDB, em 1982. Nesse mesmo ano, nas primeiras eleições diretas para o governo estadual, foi eleito Governador de Minas Gerais. Em 1985, ele venceu o pleito indireto para a Presidência da República, contra o deputado Paulo Maluf. O seu Vice-Presidente eleito, foi o maranhense, e presidente do PDS, José Sarney. Sendo Tancredo Neves o primeiro Presidente civil, depois do regime militar. Na noite anterior à data marcada para a posse, Tancredo Neves caiu doente em Brasília. Ele não chegaria a governar. Porém, o primeiro ato da Nova República, foi dar posse aos ministros, e levava a assinatura do Presidente eleito. O Vice-Presidente José Sarney assumiu a Presidência quando ainda havia a perspectiva de recuperação de Tancredo, tomando a si as diretrizes por ele traçadas, nomeou a equipe escolhida pelo Presidente eleito. Depois da morte de Tancredo, Sarney nomeou ministros de sua própria confiança, porém, a memória de Tancredo Neves continuou presente na transição para a democracia e da convocação da Assembléia Nacional Constituinte. A morte de Tancredo de Almeida Neves, em 21 de abril de 1985 (dia em homenagem a Tiradentes), causou uma comoção de intensidade só comparável ao suicídio de Getúlio Vargas. Foi uma agonia de 38 dias até sua morte. Toda a população, que estava com os olhos voltados para o Hospital de Base de Brasília, tinha esperança de ver o novo Presidente ter alta e ser empossado. Como o estado de saúde de Tancredo se agravasse e por divergência entre a junta médica que o atendia e os médicos do Hospital de Base, Tancredo foi transferido para o Instituto do Coração de São Paulo. Porém, depois de um quadro infeccioso, resistente aos antibióticos, acabariam por levá-lo à morte no dia 21 de abril. Foi parte de seu discurso: “A nação inteira comunga deste ato de esperança; reencontramos, depois de ilusões perdidas e pesados sacrifícios, o bom e velho caminho democrático. [...] A Pátria não é mera organização dos homens em Estados, mas sentimento e consciência, e em cada um deles, de que lhe pertencem o corpo e o espírito da Nação. Sentimento e consciência da intransferível responsabilidade por sua coesão e seu destino. [...] A primeira tarefa de meu governo é a de promover a organização institucional do estado. Se, para isso, devemos recorrer à experiência histórica, cabe-nos também compreender que vamos criar um Estado moderno, apto a administrar a Nação no futuro dinâmico que está sendo construído. [...] Os deputados constituintes, mandatários da soberania popular, saberão redigir uma Carta política ajustada às circunstâncias históricas. [...] A nação é essencialmente constituída pelas pessoas que a integram; de modo que cada vida humana vale muito mais do que a elevação de um índice estatístico. [...] Quero a conciliação para a defesa da soberania do povo, para a restauração democrática, para o combate à inflação, para que haja trabalho e prosperidade em nossa Pátria. Vamos promover o entendimento entre o povo e o governo, a nação e o Estado. [...] Se todos quisermos, dizia-nos há quase duzentos anos Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança, podemos fazer deste País uma grande nação. Vamos fazê-la”.



Tancredo Neves

Pesquisa: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar).
Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.

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