sábado, 1 de novembro de 2008

MAQUIAGEM DA HISTÓRIA

Antiga e com uma história muito interessante, algumas até hilárias, a Ponte Barcellos Martins, ou “Ponte de Pau”, ou ainda “Ponte Municipal”, como ficou conhecida no passado, foi inaugurada em 05 de abril de 1873, às 11 horas, com a presença de várias autoridades, entre elas: Dr. Julio de Miranda (Barão de Miranda), Dr. Francisco Penalva, os construtores que representavam a firma inglesa Dutton & Clandler, os engenheiros Thomaz Helblen e Diogo Moore (que aqui constituíram famílias e onde passaram a residir), José Martins Pinheiro (Barão da Lagoa Dourada), além da banda musical “Phil’Euterpe” que tocou o Hino Nacional.
Pelo lado de Guarus, a inauguração foi benzida pelo vigário da Matriz de São Salvador, Cônego João Carlos Monteiro, sendo o discurso feito pelo Dr. Miguel Herédia.
piso de madeira da ponte Posto de pedágio da ponte

Depois de levar muitos anos cobrando pedágio e tendo dificuldades pra se manter uma ponte com qualidade, (porém, com o piso todo de madeira), chegamos ao governo do prefeito Barcellos Martins, que colocou um piso de cimento, e acabou com os antigos acidentes, passando, a partir daí, a ser mantido pela municipalidade o trabalho de reforma e pintura.
Hoje, com tristeza, vejo com que tamanho descaso é tratado esta obra que, à época, foi considerada de primeira necessidade e motivo de orgulho para os campistas, agora sendo feito uma obra de pintura mais parecida com uma “meia-sola”, onde vários ferros e a maior parte das colunas de sustentação do guarda-corpo da ponte foram pintadas (maquiadas), sem ao menos procurar fazer um arremate com cimento para as colunas permanecerem inteiras.
O que vemos é uma quantidade enorme de colunas caindo aos pedaços.
"Reforma" da ponte Barcellos Martins

Mas também, o que esperar de apenas dois trabalhadores, se esforçando para fazer o melhor, tendo apenas os mínimos recursos que lhes foram oferecidos? (A que firma será que eles pertencem?)
Fica a pergunta e a nossa demonstração de indignação com mais esse descaso. Mais um patrimônio público-histórico que é apenas maquiado.

Texto: Hélvio Gomes Cordeiro (membro do Instituto Historiar)
Foto: Acervo do Instituto Historiar e Antonio Leudo (colaborador)
Postagem: Leandro Cordeiro (membro do Instituto Historiar).

8 comentários:

  1. O contrato desta ponte foi celebrado em 1869 por Thomaz Dutton Junior.
    A ponte tem 4,57m livres para o transito de carros e cavaleiros, e 1,06m de cada lado para transeuntes a pé.
    Antes de inaugurada foi experimentada em um dos seus lanços de 120 palmos com uma carga de 60ton. sendo elevada para 94ton, manifestando apenas 15mm de flexão.
    (Subsídios para História de Campos dos Goytacazes - Julio Feydit, pag. 417 a 419)

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  2. Esqueci de mencionar.
    Eu tataravó (Julio Feydit) estava lá...
    eu sou Mauro Feydit

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  3. Está ponte jamais deveria ser destruída pelo tempo, principalmente por quem ajudou para construção o maravilhoso medico Dr João Barcelos Martins.

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  4. Sou descendente do Diogo Moore, eu sou Eduardo Moore Rodrigues, provavelmente meu tataravô!

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    1. Rosangela pires vieira7 de abril de 2020 às 09:01

      Meu bisavô Joaquim Amaral foi o mestre de obra dessa ponte

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  5. AGRADECEMOS A CONTRIBUIÇÃO DE VOCÊS!!!

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  6. Era cobrado pedágios aos pedrestes?

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  7. Amanhã irei atravessa-la de patins, E mencionar um pouco desta rica história..... Para em seguida descer pela minha primeira vez de patins ah ponte Gov. Leonel Brizola. Oremos.....

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