Comunidades Quilombolas de Campos dos Goytacazes, (Conceição do Imbé, Aleluia, Batatal e Cambucá) reconhecidas pela Fundação Palmares

No final do século XVIII, a região de Campos dos Goytacazes concentrava o maior contingente de escravos da província do Rio de Janeiro: 60% da população era escrava. Os africanos trazidos para a cidade do Rio de Janeiro eram negociados no mercado de escravos, na periferia da cidade, e enviados em embarcações para a região do Norte Fluminense. A maioria dos escravos que chegavam vinha da região de Luanda (Angola) para trabalhar nos engenhos de açúcar da região.
O maior engenho, o de Nossa Senhora da Conceição e Santo Inácio, possuía 1.400 escravos. A produção açucareira teve um crescimento contínuo e progressivo que motivou também um comércio crescente de escravos durante o século XIX. Como a produção estava voltada para o mercado interno, a região sofreu menos os efeitos da crise açucareira que os engenhos do Nordeste, afetados pelas medidas protecionistas da Inglaterra. Antes da abolição, o município tinha 35.688 escravos sobre um total de população livre de 56.00 habitantes, sendo a região com o maior número de escravos de toda a província do Rio de Janeiro.
Cabe também destacar sobre a região de Campos que existe um grande número de registros da “rebeldia negra”, com ações de resistência e violência contra senhores.
Após a abolição, a maior parte dos antigos escravos continuou trabalhando como cortadores de cana nas fazendas da região.
A fazenda Novo Horizonte, localizada nas proximidades de Conceição do Imbé, era uma das maiores e os antigos escravos, que viraram cortadores de cana assalariados após a abolição, continuaram a morar nas dependências da usina.
Como nasceu o Assentamento Novo Horizonte (Conceição do Imbé, Cambucá, Batatal e Aleluia).

Os ciclos da comunidade
Na década de 1970, com os incentivos do Programa Governamental Proálcool, as usinas da região de Campos foram beneficiadas com empréstimos a juros baixos e incentivos. Esta política de incentivos foi interrompida na década de 1980, com a Nova República e, como conseqüência, algumas usinas, como a Novo Horizonte, alegando incapacidade para pagamento das dívidas com o governo, foram à falência. Conversando com representante da Associação de Moradores de Conceição do Imbé, lembrava-se que, durante este período, a comunidade viveu dramáticas dificuldades de sobrevivência material, sendo difícil conseguir alimento para os moradores e atenção hospitalar para as crianças, que apresentavam quadros de desnutrição.
Lembrava também que as primeiras ações de ajuda não foram do poder público. O ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, naquela época ainda radialista, recebeu um grupo de moradores e fez um apelo aos ouvintes para que fossem feitas doações.
Neste contexto, a comunidade inicia um processo de desagregação. Muitos moradores começaram a migrar para outras localidades, à procura de trabalho ou moradia. Ficaram na comunidade umas poucas famílias, mas este processo se reverte em fins da década de 1980, quando a região é escolhida pelo Plano Nacional de Reforma Agrária. Em 1987, a área agrícola da fazenda Novo Horizonte é desapropriada, garantindo a distribuição da terra e o “assentamento” dos trabalhadores agrícolas. Em 1990, foram assentadas aproximadamente cento e trinta famílias — a maioria originária da comunidade — que produziam principalmente feijão e milho.
Um ano depois, o número de famílias assentadas passa para duzentos e cinqüenta, incorporando famílias de outros locais. Inicia-se, assim, um novo ciclo comunitário, associado às mudanças na base territorial, organizativa e identitária da comunidade.
No ciclo anterior, a Comunidade de Conceição do Imbé foi caracterizada como tradicional, marcada pela estabilidade territorial e organizativa e uma identidade social gerada endogenamente. Já neste novo ciclo, trata-se de uma comunidade tradicional em transformação. À diferença da identidade social como cortadores de cana, construída endogenamente, neste novo ciclo comunitário emerge a nova identidade de assentados, subjacente à política de reforma agrária.
Consolida-se, portanto, uma nova identidade de reconhecimento, agora, de origem externa e prescritiva, vinculada às transformações na organização social e territorial da comunidade, e também pela atuação de outros agentes externos, como sindicatos e instituições públicas (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar de Campos, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campos, EMBRATER, EMATER e INCRA, dentre outros), com os quais a comunidade começou a interagir, gerando uma rede de solidariedades horizontais.

Texto: Leandro Henriques (Colaborador do Instituto Historiar de Campos dos Goytacazes).

EXPEDIÇÃO À COMUNIDADE DO CAROBINHO

Um grupo, composto por: Jaime Martins, Luiz Gonzaga e Paulo Cesar M. Januário, representantes do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário); da representante da Superintendência de Saúde Coletiva, Rosângela Gomes Paulo; Luciana Muniz, do IDANF (Instituto de Desenvolvimento Afro Norte Noroeste Fluminense); Jorge Luiz dos Santos e Leandro Henriques, da Fundação Municipal Zumbi dos Palmares; e Hélvio Gomes Cordeiro e Enockes Cavallar da Silva, do Instituto Historiar de Campos dos Goytacazes e, tendo como guia David Barbosa, da Pastoral da Terra e do Assentamento Che Guevara depois de encontrar enormes dificuldades de acesso ao local, de uma chuva que não dava trégua e, de uma longa caminhada, pode ter contato com a família do Sr. Almir da Silva, com sua esposa Srª Natalina e um dos filhos do casal de nome Nathália, da Comunidade do Carobinho, bem pro interior de Mocotó do Imbé. Depois de um papo muito agradável, o Sr. Almir mostrou para o grupo a sua propriedade e os conduziu à propriedade de seu irmão Deoclessiano e família. O grupo já prepara a próxima expedição até a Comunidade do Carobinho para novos contatos.

































Texto: Hélvio Gomes Cordeiro
Fotos: Enockes Cavalar.

PALESTRAS DO INSTITUTO HISTORIAR

Encerrando suas atividades do ano de 2010, o Instituto Historiar esteve presente no Colégio Desembargador Álvaro Ferreira Pinto, em Donana, situado na Av. Manoel Francisco Chagas, a convite da Professora de Artes Cláudia Lúcia. Durante as duas palestras efetuadas na escola, o palestrante Hélvio Cordeiro pode contar com a participação bem ativa dos alunos que, com curiosidade e muito interesse, questionaram o palestrante de maneira persistente com perguntas muito bem colocadas e inteligentes. Queremos agradecer o carinho e a atenção da direção da escola, através de Iêda Maria Cordeiro Pacheco, Dercy Rangel Coelho, Rosilane Gomes, e todas as professoras que colaboraram para que os trabalhos fossem apresentados com êxito. Queremos também deixar aqui um agradecimento especial ao pessoal da cozinha da escola, que nos brindou com um maravilhoso almoço. Deixamos em aberto outros trabalhos junto desta escola para o próximo ano. Como sempre acontece, foram oferecidos vários brindes a escola, fruto da parceria do Instituto Historiar com a Fundação Municipal Zumbi dos Palmares. Vamos torcer para que esta parceria permaneça no próximo ano para que possamos continuar contribuindo com este trabalho de divulgação da História de Campos dos Goytacazes. Como apoio do palestrante, esteve presente o jovem Leandro Henriques, da Fundação Zumbi.

Texto: Hélvio Gomes Cordeiro.

PALESTRA NO M.E.N.F.

Representando o Instituto Historiar e a Fundação Municipal Zumbi dos Palmares, o palestrante Hélvio Cordeiro esteve presente na sede do Movimento Estudantil do Norte Fluminense, situado à Rua José do Patrocínio esquina com o Parque Alzira Vargas. Na oportunidade foram discutidos vários assuntos, passando por ‘Consciência Negra’, ‘Discriminação Racial’ e outros. Os jovens participantes colocaram uma série de questionamentos em um debate, que durou uma boa parte da tarde. Ficou o prazer da participação, a felicidade pelo interesse dos estudantes e, a promessa de um retorno, para abordar vários outros assuntos. Cuidando das fotos, estava presente o funcionário da Fundação Zumbi, Leandro Henriques.
























Texto: Hélvio Gomes Cordeiro.

ESCRAVIDÃO & ABOLIÇÃO...

Flashes do lançamento do livro “ESCRAVIDÃO & ABOLIÇÃO – A luta pela igualdade”, de Hélvio Gomes Cordeiro, no estande do Arquivo Público Municipal de Campos, na 6ª Bienal do Livro, de Campos dos Goytacazes, no dia 10 de novembro de 2010.





























































Texto: Hélvio Gomes Cordeiro
Fotos: Leandro Lima Cordeiro.

IX FEIRA DA VIDA - “Cidadão: Conexão com a Política”

Realizada entre os dias 25 e 27 de outubro, no CIEP Brizolão 057 Nilo Peçanha, o CIEP da Lapa, a IX Feira da Vida teve a seguinte programação: DIA 25 – 09:00h – Grupo JASPE “Impactando Vidas” (dança e pantomimas); 09:00h – Oficina: “Compartilhando uma experiência ambiental no Imbé” – Instituto Historiar; 10:00h – Oficina: “Sexo, drogas e Funk: vamos discutir?” (Laboratório de Ciências do CIEP/UENF); 18:00h – Palestra: “Câncer: Conhecer para prevenir” (Laboratório de Ciências do CIEP/UENF); 19:00h – Oficina: “Sexo, drogas e Funk: vamos discutir?”; 19:21h – Oficina: “Caminho das Águas e Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação” (Profª Maria Aparecida Viana – Turmas 1.003 e 3002), Laboratório de Informática – LIED.
DIA 26 – 07:20h – “O Aborto em Debate” (Turma 1001 – Profª Adaísa); 08:00h – Oficina: “Saúde e Qualidade de Vida” (Para Professores e Funcionários – Profª Vera Lúcia); 09:00h – Grupo Bate-Lata (FMIJ) – Profº Jaime Baiano; 10:00h – Teatro: “Campos: refletindo a nossa história” (Animação Cultural – Joilma do Carmo e Leila Cabral); 12:00h – Oficina: “Sexo, drogas e Funk: vamos discutir?” (Laboratório de Ciências do CIEP/UENF); 19:00h – Coreografia: “O Homem e seu Planeta” (com Ellen Caroline).
DIA 27 – 08:00h – Apresentação dos estandes: * “Reutilizando: minimizando os impactos ambientais” (Laboratório de Ciências e Biblioteca); * “Física no cotidiano” (Laboratório de Ciências do CIEP/UENF, com Profª Tarsila); * “Câncer – Conhecer para prevenir” (Laboratório de Ciências do CIEP/UENF); * “Soletrando na Lapa” (Professores da Língua Portuguesa: Rosana, Eliane e Margareth – Regular e EJA); * “Desafios Matemáticos” (Professores Miriam Andrade e Simone Reis); * “Química no cotidiano: Ácidos e Bases” (Profª Lara); * “Conhecendo Nilo Peçanha” (Profº Fábio – Geografia); * “Rema Campos” (Alunos do 801 e 901); * Saúde e prevenção nas Escolas” – DST/AIDS e Gravidez na Adolescência (Profª Inês Rodrigues – Regular e EJA); * Oficina: “Caminho das Águas” (Laboratório de Informática, LIED – Profª Aparecida Viana); * “Extração de DNA” (Turmas 1001 e 3001 – Profª Adaísa); * “Compostos iônicos e moleculares – Polaridades e Condução de Correntes” (Turma 3001 – Profº Edvan); * “Doenças do século XXI” (Turma 2001 – Regular); * “Projeto Quero Crescer: jogando e aprendendo” (Profª Andréa Licassali); * 11:00h – Premiação dos melhores estandes.
DIA 27 – Estandes Visitantes: * Fundação Municipal Zumbi dos Palmares e Instituto Historiar (Mostra de Projetos e vídeos – Hélvio Cordeiro, Leandro Henriques, Profº Orlando Gomes Leandro Junior, Wiwiany dos Santos Pinto e Carlos José Martins); * E.M. José do Patrocínio (Projeto Meio Ambiente); * “Tipagem sanguínea e análise de urina e fezes” (Equipe do HPF – Selma Vieira, Márcia Salgado e Elaine Mendonça); * CCZ “Conectado com a Escola”; * NAPES “Trabalhando com vivências inclusivas”; * Pro-Jovem Adolescente “Solidariedade” (Orientadora Social Cleonice, Poliana, Rayane e Larissa); * “Universo da Saúde” (Equipe de Enfermagem da UNIVERSO); * “Saúde Corporal” (Equipe de Educação Física da UNIVERSO); * Casa São José Operário. Às 19:00h – * Exposição dos Trabalhos da EJA – “Caricaturas dos políticos eleitos / Releitura de Obras de Van Gogh” (Profª Eleonora e Cristyne); * Estande “Projeto Sabão Ecológico” (Profº Leonardo – Turmas 601 e 602 – EJA); * Estande “A Água: minerais e microorganismos” (Profº Leonardo e Mirian – Turmas 701 e 702). Às 18:30h - * Exibição de Vídeos sobre “Meio Ambiente e o Dever Constitucional da Coletividade na preservação e proteção ecológica” (Profº Frederico – no Auditório); * Estande “Qualidade de Vida: Alimentação Saudável + Prática de Atividade Física” (Profª Michele – Turma 1001, EJA e Estagiários do Curso de Educação Física da UNIVERSO).




































Texto: Hélvio Gomes Cordeiro.
Postagem: Leandro Lima Cordeiro.